No artigo Dedo de Prosa desta Folha, de 13 e 14 de fevereiro, o médico Sideney Girotto afirma: “pergunto, como os políticos da época deixaram demolir o Colégio Londrinense?” É importante esclarecer que, ao ser anunciada a venda daquele imóvel na Rua Quintino Bocaiúva, avaliações não oficiais davam conta de que o preço de venda estava abaixo do valor de mercado. Londrina estava com falta de vagas nas escolas, e os professores, inclusive eu, do Ginásio Estadual José de Anchieta (hoje Colégio) e representantes do Grêmio Estudantil da escola, fomos conversar com o então Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, que recebeu a comissão em palácio já sabedor de que nosso objetivo era solicitar do governo a aquisição aquele imóvel para implantar ali mais escola pública. O governador desenhou numa folha (ele era engenheiro) o terreno onde se localiza o Colégio José de Anchieta e a área que o prédio ocupava. Informou, então, que com o dinheiro para a aquisição do Colégio Londrinense com uma casa residencial, três prédios com salas de aula, auditório e um Ginásio de Esportes (Colossinho), o Estado construiria mais blocos no terreno ainda vago do Ginásio. E os desenhou. Houve ponderações de nosso lado, mas a argumentação do governador prevaleceu, embora não se tenha construído nenhum bloco naquele local. Se outros grupos não pugnaram pela compra do Londrinense nem impediram a demolição mais tarde, nós tentamos.

Reinaldo Mathias Ferreira (escritor) Londrina

Reação do STF

Parabenizo o STF (Supremo Tribunal Federal) - por finalmente usar a lei para cessar ameaças e ofensas à mais alta corte brasileira. Estão contaminando a sociedade e transformando a nação em uma terra sem lei. Tais abusos são corriqueiros e constantes, inclusive o presidente Bolsonaro tem atuado impunemente como sabotador da saúde pública, disseminando notícias falsas e ódio. É inadmissível que em plena pandemia, mais de 250 mil brasileiros mortos por Covid-19, crise econômica, desemprego, tenhamos que aceitar um deputado usar suas prerrogativas e seu milionário salário para pregar a volta do mais hediondo ato criado na ditadura civil-militar brasileira. Recordo que essa semana, nos EUA, um brasileiro enviou uma suposta ameaça a uma rede de supermercados e foi imediatamente preso e processado. O lema do presidente tem sido seus interesses e de seus partidários acima de tudo, mas a lei deve ser para todos.

Daniel Marques (historiador) Virginópolis, MG