Os três senadores da bancada paranaense no Congresso se manifestaram nas redes sociais em apoio ao agora ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Os políticos criticaram a suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro de interferência na autonomia da investigação da PF (Polícia Federal) e elogiaram a postura de Moro após demissão do ex-diretor geral da PF, Maurício Valeixo.

Para Alvaro Dias (PODE), o pronunciamento de Moro apontou crimes de responsabilidade praticados pelo presidente Bolsonaro. "Mais grave que a demissão são os crimes denunciados. Inquéritos em andamento motivaram a demissão de Valeixo, que é incorruptível. O crime de falsidade ideológica é surpreendente. Por que demitir Valeixo com a caneta de Moro?"

Imagem ilustrativa da imagem Senadores do Paraná  apontam indícios de crime de responsabilidade de Bolsonaro
| Foto: Marcos


Flavio Arns (Rede) classificou a saída de Moro como retrocesso no combate à corrupção. "Moro, ao anunciar sua saída, nos trouxe a indicação de diversos crimes de responsabilidade. Interferência política com o objetivo de intervir em investigações da Polícia Federal é fato gravíssimo, A atitude do Presidente Bolsonaro fere de morte a confiança dos brasileiros."

Já Oriovisto Guimarães (PODE), eleito com discurso lava-jatista, elogiou Sergio Moro e disse concordar com a análise de que teria havido suposto crime cometido por Bolsonaro por interferência política na PF. "Ele (Moro) fez o que era certo. Cumpriu o que impôs à sua equipe de colaboradores de fazer sempre que é certo. Não se pode compactuar com a interferência política na polícia federal. Não se pode abandonar os próprios princípios para se preservar um cargo."

GOVERNADOR

O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), também lamentou a saída do ex-juiz do governo federal. Por uma rede social, o gestor estadual afirmou que Moro "é o maior paranaense da história recente". "Como juiz e como ministro ajudou a combater a corrupção em nosso país. Lamento muito a sua saída, mas tenho certeza de que ele vai continuar contribuindo com a nação em outros desafios. O Paraná te recebe de braços abertos", escreveu. Alguns jornais noticiaram que Ratinho Jr teria intenção de convidar Sergio Moro para ser Secretário de Justiça e Segurança do Estado, mas a assessoria do Palácio Iguaçu disse desconhecer a informação.

RESPOSTA 'TOSCA'

Segundo o deputado federal Rubens Bueno (CDN), Moro colocou os "pingos nos is", mostrando clara tentativa de interferência na PF. "A PF é uma instituição do Estado Brasileiro, não de governo." Bueno classificou a resposta de Bolsonaro às acusações de Moro de "tosca". "Foi um pronunciamento sem nenhum objetivo, sem nenhuma clareza. O presidente só ficou rodeando, trazendo fatos daqui e dali que não tinham nada a ver com a saída do ministro Moro e muito menos para o interesse do País para enfrentar essa crise grave que nós estamos vivendo."

O deputado federal Filipe Barros (PSL), um dos principais defensores de Bolsonaro pela bancada paranaense, lamentou a saída de Sergio Moro, que, segundo ele, "fez um excelente trabalho na Lava Jato e no MJ". Entretanto, criticou a a posição dele na saída. "Lamento que preferiu comunicar à imprensa de sua decisão antes de dialogar com o presidente Bolsonaro, que lhe apoiou em seus momentos mais difíceis, como no caso Vaza Jato."

Veja na íntegra as declarações dos senadores paranaenses:

Alvaro Dias (Podemos)

"Moro aponta crimes de responsabilidade praticado pelo presidente Bolsonaro. Mais grave que a demissão são os crimes denunciados. Inquéritos em andamento motivaram a demissão de Valeixo. Ele é incorruptível. O crime de falsidade ideológica é surpreendente. Por que demitir Valeixo com a caneta de Moro?

Flávio Arns (Rede)

"A saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública é mais uma lástima que se acumula em meio a tantas crises que estamos vivenciando em nosso país. O que esperar agora? Polícia Federal sem comando técnico? Mais retrocessos no combate à corrupção?

O pronunciamento do ex-ministro Sérgio Moro ao anunciar sua saída nos trouxe a indicação de diversos crimes de responsabilidade. Interferência política com o objetivo de intervir em investigações da Polícia Federal é fato gravíssimo. O Brasil não pode aceitar os retrocessos apontados na fala de Moro.

Estamos e sempre estivemos junto com Sérgio Moro por confiar no seu brilhante e obstinado trabalho no combate à corrupção que, a partir da Operação Lava-Jato, ajudou a escrever uma nova página na história do Brasil. Pela primeira vez na história não se escolheu quem seria punido, a justiça foi feita independente de cargo ou classe social. "

Sua saída, da forma como ocorreu, deixa em todos nós um enorme sentimento de dúvida sobre o futuro. A atitude do Presidente Bolsonaro fere de morte a confiança dos brasileiros."

Oriovisto Guimarães (Podemos)

"As razões pelas quais ele deixou o Ministério (Justiça) estão muitos claras. Ele fez o que era certo. Cumpriu o que impôs à sua equipe de colaboradores de fazer sempre que é certo. Não se pode compactuar com a interferência política na polícia federal. Não se pode abandonar os próprios princípios para se preservar um cargo. Moro mais uma vez me enche de orgulho como paranaense e me enche de orgulho como brasileiro. Ele dá o exemplo como alguém que prefere não ter cargo algum para não ter que abrir mão de princípios.

Esse amor a ética, esse amor a coerência podem mudar o Brasil. Eu vim para política para fazer o que é certo. Sou fã de Sergio Moro e isso me fez entrar na política. Temos uma crise na saúde, uma crise na economia e agora uma crise na política, mas vamos enfrentar isso."

Veja na íntegra as declarações dos senadores paranaenses:

Alvaro Dias (Podemos)

"Moro aponta crimes de responsabilidade praticado pelo presidente Bolsonaro. Mais grave que a demissão são os crimes denunciados. Inquéritos em andamento motivaram a demissão de Valeixo. Ele é incorruptível. O crime de falsidade ideológica é surpreendente. Por que demitir Valeixo com a caneta de Moro?

Flávio Arns (Rede)

"A saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública é mais uma lástima que se acumula em meio a tantas crises que estamos vivenciando em nosso país. O que esperar agora? Polícia Federal sem comando técnico? Mais retrocessos no combate à corrupção?

O pronunciamento do ex-ministro Sérgio Moro ao anunciar sua saída nos trouxe a indicação de diversos crimes de responsabilidade. Interferência política com o objetivo de intervir em investigações da Polícia Federal é fato gravíssimo. O Brasil não pode aceitar os retrocessos apontados na fala de Moro.

Estamos e sempre estivemos junto com Sérgio Moro por confiar no seu brilhante e obstinado trabalho no combate à corrupção que, a partir da Operação Lava-Jato, ajudou a escrever uma nova página na história do Brasil. Pela primeira vez na história não se escolheu quem seria punido, a justiça foi feita independente de cargo ou classe social. "

Sua saída, da forma como ocorreu, deixa em todos nós um enorme sentimento de dúvida sobre o futuro. A atitude do Presidente Bolsonaro fere de morte a confiança dos brasileiros."

Oriovisto Guimarães (Podemos)

"As razões pelas quais ele deixou o Ministério (Justiça) estão muitos claras. Ele fez o que era certo. Cumpriu o que impôs à sua equipe de colaboradores de fazer sempre que é certo. Não se pode compactuar com a interferência política na polícia federal. Não se pode abandonar os próprios princípios para se preservar um cargo. Moro mais uma vez me enche de orgulho como paranaense e me enche de orgulho como brasileiro. Ele dá o exemplo como alguém que prefere não ter cargo algum para não ter que abrir mão de princípios.

Esse amor a ética, esse amor a coerência podem mudar o Brasil. Eu vim para política para fazer o que é certo. Sou fã de Sergio Moro e isso me fez entrar na política. Temos uma crise na saúde, uma crise na economia e agora uma crise na política, mas vamos enfrentar isso."