Perto de encerrar seu terceiro mandato na CML (Câmara Municipal de Londrina), o vereador Jairo Tamura, pré-candidato à Prefeitura pelo União Brasil, afirma que a valorização da cidade é a sua principal bandeira. Para ele, a votação conquistada em 2022, quando foi candidato a deputado estadual e recebeu 29 mil votos, mostrou que era possível entrar na disputa pela sucessão do prefeito Marcelo Belinati (PP).

O parlamentar concedeu entrevista à FOLHA na última sexta-feira (31). Tamura estava filiado ao PL (Partido Liberal) até o começo do ano, mas migrou para o União Brasil durante a janela partidária, já com o projeto de concorrer ao Executivo. Na sigla, sua experiência pesou na viabilização da pré-candidatura.

“Na avaliação política, os membros do diretório estadual levaram o meu nome para poder ser um candidato viável, pelo histórico de ser o segundo mais votado em Londrina [em 2022, quando fez quase 18 mil votos na cidade], pelo histórico na política, passando por várias etapas. Então, isso trouxe uma segurança para ser pré-candidato a prefeito pelo União Brasil”, explica.

De olho na Câmara, Tamura conta que trabalhou na construção da chapa de vereadores e que o partido espera conquistar três cadeiras no Legislativo londrinense.

CENÁRIO ABERTO

Hoje, a corrida pela Prefeitura de Londrina possui oito pré-candidatos. O grande número de nomes, afirma Tamura, é um dos fatores que deve levar a disputa para o segundo turno.

Ele acredita que, mesmo com a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na cidade - já que fez 72,86% dos votos em 2022 - e a aprovação de 75% de Belinati, a transferência dos votos desses líderes “não vai se concretizar, porque a avaliação vai ser pessoal”.

“Eu acho que a avaliação do londrinense vai ser meticulosa em relação ao candidato, ao que ele fez para Londrina, ao histórico dele na cidade. Toda essa construção da candidatura dele para Londrina”, diz. “Isso vai ter uma influência muito grande e eu acredito que [durante] a eleição vai se bater muito naquilo que pode repercutir negativamente ao candidato, em uma rejeição.”

PAUTAS DA CIDADE

Questionado sobre as demandas que identifica na cidade, o pré-candidato entende que, apesar de ser nova, Londrina não está bem planejada, o que resulta em dificuldades na área de mobilidade, por exemplo, com o crescimento do número de veículos.

Ele acredita ser necessário efetivar a tecnologia em áreas como a segurança pública e o transporte urbano - assim como garantir uma presença cada vez maior da indústria tecnológica e de inovação na cidade.

“Em termos de escolas, hoje nós ainda temos uma dificuldade muito grande de falta de vagas, que são importantes”, pontua. “Em termos de saúde, temos um colapso em relação à dengue”, pontua, dizendo ser necessário diferenciar o que é atendimento à doença e o atendimento diário à população.

Ainda na área da saúde, Tamura defende que a integração com a assistência social pode contribuir para enfrentar a problemática da população em situação de rua. “Nós temos que ter essa integração para você combater os dois maus [álcool e drogas] e dar uma assistência acolhedora para esses moradores de rua”, continua.

Por fim, tratando da industrialização, o pré-candidato entende que Londrina precisa avançar para agregar valor à produção.

VALORIZAÇÃO DE LONDRINA

Falando da representação política, Tamura afirma que é preciso manter diálogo com todos os deputados estaduais e federais eleitos por Londrina, uma vez que são “peça-chave” na interlocução com os governos estadual e federal.

O pré-candidato diz que a cidade ainda não é valorizada pelo governo do Estado e ressalta a importância de defender “o nome de Londrina”.

“Eu acho que o londrinense não é bairrista, mas acho que as decisões que passam pelas capitais, seja do Estado ou do país, não levam a esse prestígio. Londrina ainda está mal representada perante a esses entes”, avalia. “Não estou falando de trazer recursos, estou falando de representar Londrina naquele ponto e posição importantes que Londrina ocupa e merece dentro do Estado e do país.”

TRABALHO NA CÂMARA

No último ano desta legislatura, o vereador afirma que ainda existem projetos importantes a serem discutidos na CML, como as leis complementares ao Plano Diretor. Ele aponta que os textos têm detalhes que podem “prejudicar ainda muito a população em termos de crescimento, em termos de limitação”, e que isso precisa ser amplamente discutido com a sociedade. A simplificação da legislação é um dos aspectos defendidos pelo vereador.