Dados disponibilizados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostram que Londrina ainda tem um longo caminho para alcançar a igualdade racial e de gênero nas eleições municipais. O perfil médio do candidato à CML (Câmara Municipal de Londrina) é homem, branco, de meia-idade, casado, com Ensino Superior e heterossexual.

Em 2024, 342 pessoas concorrem às 19 vagas do Legislativo londrinense. Foi observada uma redução no número de candidatos em comparação com os pleitos anteriores, muito por conta da mudança na legislação eleitoral ocorrida nos últimos anos.

Entre os candidatos, 225 (66%) são homens e 117 (34%), mulheres. O número de candidatas está quase no limite da cota de gênero mínima, que é de 30% de candidaturas femininas nas chapas de vereadores. O perfil mostra que 59% dos candidatos são casados, 25% estão solteiros e 13%, divorciados.

No total, 231 candidatos - 67,54% das candidaturas - se declaram brancos; 17,84%, ou 61, se declaram pardos, e 48 se declaram negros (14,04%); dois (0,5%) são amarelos. Entre os que informaram orientação sexual, 97% disseram ser heterossexuais.

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“O desafio dos partidos continua sendo a atração das minorias sociais, a participação feminina, participação de negros, de pardos, de pessoas que declaram sua orientação sexual diversa da maioria também. Os partidos continuam tendo esse desafio de fazer a inserção na participação do processo eleitoral”, avalia o professor e advogado eleitoral Nilso Paulo da Silva.

A respeito do pequeno número de candidatas, Silva aponta que existem campanhas e incentivos para a participação da mulher na política, “mas os partidos precisam melhorar internamente essa questão, inclusive para criar uma militância duradoura”.

A faixa etária predominante é de 45 a 49 anos (66 candidatos). Na sequência está o grupo de 55 a 59 anos (61) e de 50 a 54 anos (46). Há apenas dois candidatos entre 19 e 24 anos. E quatro entre 75 a 79 anos.

GRAU DE INSTRUÇÃO

O TSE aponta que 49,71%, ou 170 dos candidatos, possuem Ensino Superior completo. 28,07% têm Ensino Médio completo (96); 7,6%, Superior incompleto (26); 5,85%, Ensino Fundamental completo (20); 4,39%, Médio incompleto (15); 4,09%, Fundamental incompleto (14); e um candidato declarou que lê e escreve.

“Parece que teremos uma qualificação boa dos próximos eleitos, uma Câmara madura, essa maturidade acaba refletindo na experiência de vida, na escolaridade, e vai ajudar muito na qualidade da apresentação de projetos, análise de PLs do Executivo”, acrescenta o professor.

“Com a redução do número de candidatos, os partidos também tiveram que fazer o seu filtro interno e isso parece que está refletindo nesses dados iniciais, então possivelmente teremos uma Câmara formada com um perfil diferente dos anos anteriores. A redução ajudou muito”, completa.

Como os registros de candidaturas ainda estão sendo analisados pela Justiça Eleitoral, pode haver alteração nos dados. Os percentuais foram consultados no último sábado (31).