Em visita ao Norte do Paraná nesta quinta-feira (30), o governador Ratinho Junior (PSD) considerou "pouco sincero" o movimento encabeçado por governadores de 19 estados e do Distrito Federal, que buscou desmontar a tese defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a alta no preço dos combustíveis. Após ser questionado pela FOLHA sobre os motivos que o fizeram não assinar carta endereçada ao presidente, o governador do Paraná colocou a culpa na corrida ao Palácio do Planalto, em curso desde antes do aumento expressivo dos preços dos combustíveis.

"Essa questão de carta eu não assino porque isso já virou um ambiente de fazer política, né? Ali tem candidatos a presidente, então, deixa de ser um fórum, digamos assim, sincero em defesa dos governos. Ali tem muito interesse, cada um com a sua visão, que nós respeitamos, e quando tem uma demanda do Paraná eu vou lá pessoalmente em Brasília e resolvo", afirmou o governador, apoiador do governo federal.

Imagem ilustrativa da imagem Em Rolândia, Ratinho explica por que não assinou carta de governadores
| Foto: Gilson Abreu/AEN

Entretanto, antes de concluir a resposta, Ratinho Junior disse que não faz sentido considerar o tributo estadual como o maior "vilão" da alta, mas sim, o dólar. "O Paraná não aumenta o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Combustíveis) do combustível há mais de seis anos, então não tem lógica. Se você não aumentou o ICMS, como que a culpa é do ICMS por estar aumentando o preço do combustível?", questionou ele, após mencionar que o estado possui o programa Nota Paraná.

A carta dos governadores foi endereçada ao presidente no dia 19 de setembro. Nela, os 20 chefes de estado são taxativos. "Falar a verdade é o primeiro passo para resolver o problema", em alusão à manutenção das alíquotas de ICMS praticadas nos seus respectivos estados nos últimos 12 meses. Por outro lado, foi neste período que a gasolina ficou, em média, 40% mais cara no País.

Embora conte com a presença de alguns dos principais opositores políticos de Bolsonaro, como mencionou Ratinho, a carta também foi assinada por governadores considerados aliados. São eles, Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, Claudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e Ibaneis Rocha (DEM), e do Distrito Federal.

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