Deputado federal desde 2015, Diego Garcia é o pré-candidato do Republicanos à Prefeitura de Londrina. Ele assumiu o diretório municipal em 2023 e projeta que a legenda deve ampliar sua representatividade na cidade, conquistando mais espaço no Legislativo.

Em entrevista à FOLHA, Garcia conta que atua desde o ano passado na construção de uma chapa de vereadores competitiva. Hoje, a sigla possui quatro cadeiras na CML (Câmara Municipal de Londrina) - Emanoel Gomes, Deivid Wisley, Lu Oliveira e Chavão -, mas espera ampliar a bancada.

“Isso também fortaleceu a minha pré-candidatura para a Prefeitura, me colocando agora como pré-candidato a prefeito de Londrina, porque nós estamos em um cenário totalmente aberto. A pesquisa recente que saiu [Instituto Multicultural/FOLHA/Paiquerê, divulgada dia 21 de maio] mostra que 70% do eleitorado em Londrina não sabe ainda em quem votar. Eu acredito que esse é um cenário que mostra que a eleição está totalmente aberta, não tem um candidato favorito”, avalia.

O pré-candidato cita a sequência de três mandatos como deputado federal e de um "trabalho forte" pela cidade e região, e diz não ter ligação com os “grupos histórico-políticos" da cidade. “Tenho um trabalho independente, mas conseguimos montar esse grupo forte e competitivo em Londrina para as eleições municipais. Eu acho que isso me coloca em um cenário como um forte pré-candidato.”

O desejo de concorrer ao cargo de prefeito, explica Garcia, veio após o primeiro ano como parlamentar, ainda em 2016. Ele acredita que, enquanto o deputado é um “apoiador da cidade” e dos bons projetos, cabe ao chefe do Executivo a implementação das políticas públicas.

“O deputado pode até viabilizar os recursos, mas quem vai elaborar o projeto, quem vai dar celeridade nisso, quem vai cobrar os secretários para não perder o prazo, para cumprir todas as diligências, as exigências que o governo federal, que o governo do estado faça, é quem está do outro lado, à frente do Executivo”, diz.

“Tenho um trabalho independente, mas conseguimos montar esse grupo forte e competitivo em Londrina para as eleições municipais", afirma Diego Garcia  (Republicamos)
“Tenho um trabalho independente, mas conseguimos montar esse grupo forte e competitivo em Londrina para as eleições municipais", afirma Diego Garcia (Republicamos) | Foto: Douglas Kuspiosz

PAUTAS PARA A CIDADE

Em um diagnóstico da cidade, o pré-candidato afirma que Londrina possui uma demanda na área da indústria - como a criação de novas áreas e corredores industriais e o avanço na legislação. Outro desafio citado é a saúde pública e o combate à dengue, doença que já matou 40 pessoas na cidade neste ano.

“Isso se dá porque falta uma política com foco na área do meio ambiente, na questão do lixo, do lixo reciclável. Precisamos aumentar o número de ecopontos na cidade de Londrina, que hoje só tem dois. Nossa ideia é ampliar isso em todos os bairros, ter uma política de conscientização”, pontuando a necessidade de atuar junto às cooperativas e às famílias que trabalham com a coleta seletiva.

Para o pré-candidato, Londrina precisa investir mais no esporte, levando para os bairros e utilizando como uma ferramenta de transformação social; melhorar a infraestrutura de espaços públicos - principalmente de esporte e lazer, como os parques públicos; ter um olhar voltado à zona rural, garantindo infraestrutura como pavimentação em estradas, além de atender às demandas dos distritos; dar foco à alfabetização de crianças e ao incentivo à leitura; e garantir atendimento em saúde e educação para as crianças autistas.

BUSCA POR RECURSOS

Garcia é enfático ao dizer que, com sua experiência como deputado federal, sabe como funcionam os orçamentos da União e do Estado. Para ele, o prefeito precisa ser um gestor e garantir investimento estadual e federal na cidade, construindo um "cardápio de políticas, de programas, de projetos" a serem apresentados nos momentos corretos.

“O gestor precisa buscar esses recursos nos ministérios, precisa saber onde estão, precisa acompanhar a criação de novos programas, de novas políticas que permitam que a cidade seja, também, campeã em captação de recursos”, afirma. “A ideia é criar uma secretaria própria que vai se dedicar exclusivamente à elaboração de projetos, de políticas e para captação de recursos.”

Além da articulação com os governos estadual e federal, o pré-candidato ainda acredita ser necessário estimular os projetos para as leis de incentivo à cultura e ao esporte, por exemplo. “Fontes para buscar [recursos] nós temos”.

PARTIDOS ALIADOS

Questionado sobre alianças na majoritária, Garcia diz que “existe a possibilidade de ter alguma coligação”, com anúncio de apoio ao Republicanos ainda durante a pré-campanha. Ele, no entanto, não revelou com quais agremiações tem conversado e diz acreditar que ainda ocorrerão desistências na disputa pelo Executivo, "afunilando" o cenário.

De olho na CML, afirma ser possível conquistar pelo menos cinco cadeiras e construir uma das (ou a maior) bancada no Legislativo de Londrina. “É uma chapa muito competitiva, ali não tem ninguém com cadeira garantida. Vão todos, na minha visão, brigar de igual para igual", completa.