Um café da manhã solidário marcou a 28ª edição do Ato “Grito dos Excluídos e Excluídas” que aconteceu em Londrina na manhã desta quarta-feira (7), feriado da Independência do Brasil. Coordenado por representantes da Igreja Católica e movimentos sociais da cidade, o evento reuniu centenas de pessoas na Paróquia Santa Cruz, localizada no conjunto Luiz de Sá, na zona norte. Uma caminhada que aconteceria até a Ocupação Flores do Campo teve que ser cancelada devido à chuva.

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O ato teve início por volta das 9 horas. Lideranças da igreja e de comunidades londrinenses discursaram em torno da temática “Brasil: 200 anos de (in)dependência. Para quem?”. “Essa é uma pergunta muito justa porque temos um alto índice de pessoas sofrendo carências muito básicas. Tem muita gente com fome, desemprego, falta de moradia digna, entre outras questões que nos levam a refletir: que tipo de independência é essa independência que todo mundo comemora no dia 7 de setembro?. Ela existe de fato?”, questionou o arcebispo de Londrina, Dom Geremias Steinmetz.

Manifestação acontece desde 1995, sempre no Feriado da Independência
Manifestação acontece desde 1995, sempre no Feriado da Independência | Foto: Roberto Custódio

“O grito de independência dos excluídos ainda hoje não é ouvido no Brasil. Esse ato se propõe justamente a dar voz a essas pessoas que vivem à margem da sociedade. Muita gente vê Londrina apenas como uma cidade rica e moderna e não percebe o quanto ela é excludente. Atualmente, cerca de 6 mil pessoas vivem em assentamentos sem saneamento básico, sem emprego e sem infraestrutura. Precisamos olhar para essas pessoas e ajudá-las a sair dessa pobreza”, destacou o padre Dirceu Fumagalli, líder das pastorais sociais em Londrina.

Morador da ocupação Flores do Campo, localizado na zona norte, Cleberson de Andrade comentou sobre a situação precária enfrentada pelas cerca de 600 famílias que vivem no local. “A gente não tem saneamento, emprego, educação e transporte. Mesmo assim, acolhemos quem chega de fora. Atualmente, no assentamento há cerca de 150 famílias vindas da Venezuela e outras que vieram do Haiti, do Chile, Bolívia e Argentina. A cada dia chegam duas ou três novas famílias para morar aqui, a maioria vem pra cá apenas com a roupa do corpo. Daí a gente pede ajuda pra igreja para conseguir roupa, cama e alimentos para eles”, ressaltou.

A primeira edição do Grito dos Excluídos aconteceu em 1995 por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Desde então o ato é realizado em diversas cidades brasileiras sempre no feriado da Independência. A proposta do movimento é denunciar as diversas desigualdades no Brasil.

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