A Câmara de Vereadores de Assaí (Região Metropolitana de Londrina) decidiu por instaurar uma comissão processante para investigar a denúncia de uma professora que acusa o prefeito Acácio Sessi (PSB) por assédio sexual e moral. A votação ocorreu na manhã desta quinta-feira (30) e teve um resultado apertado, cinco a quatro. Foram favoráveis à criação da CP o presidente da Casa, Amarildo Corrêa (PSB), e os vereadores Élcio dos Santos (PTB), José Andrade (PSB), Minoro Takasaki (PSD) e Waldenei Simões (PR). Já os vereadores Juliana da Silva (PSDB), Michelle Morikawa (Cidadania), Antônio Menegildo (MDB) e Flávio José Amorim (PSB) foram contrários.

Imagem ilustrativa da imagem Câmara de Assaí cria comissão para investigar prefeito por assédio
| Foto: Lis Sayuri/27-05-2014

O resultado chamou atenção de Corrêa, que disse que, apesar de a sessão ter transcorrido com normalidade, havia um clima de muita tensão. “É um momento muito difícil da cidade e não mexe somente com política. Há famílias envolvidas no processo. Mas o que me chamou mais atenção foi o fato de as duas vereadoras da cidade não votarem a favor da apuração dos fatos”, apontou o presidente da Câmara. A FOLHA procurou as vereadoras para comentar a decisão, mas ambas não retornaram o contato.

A comissão está prevista para se reunir na próxima segunda-feira (4), quando deve organizar os prazos para a instalação dos trabalhos. O grupo será presidido por Waldenei Simões e terá como membros Juliana da Silva e Élcio dos Santos. “É muito constrangedor passar por isso tudo em meio a uma pandemia. Estamos muito tristes, mas os fatos precisam ser apurados, porque envolve uma servidora. Se fosse um caso extraconjugal apenas, não nos envolveria”, lembrou Santos.

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Segundo informações da Câmara, um advogado já se apresentou como responsável pela defesa. Procurado para comentar a instalação da comissão, Sessi afirmou que prefere não se pronunciar. A servidora que acusa o prefeito afirmou estar sofrendo muito e não tem condições de falar. “Confio em Deus e em sua justiça. Eu sei a verdade toda, eu digo a verdade e ela aparecerá”, disse.

Além da Câmara, a denúncia foi apresentada ao MP-PR (Ministério Público do Paraná), que aguarda a complementação de informações sobre o caso. A denunciante afirma que Sessi passou a assediá-la em 2018, quando exercia cargo administrativo na Secretaria de Educação. Os atos permaneceram por um longo período em que o prefeito avançou na tentativa de uma relação íntima, segundo a denunciante. Os fatos ocorreram por meio de mensagens no Whatsapp e estão apresentados na denúncia.