Um estudo desenvolvido ao longo dos últimos três anos propõe uma redução no número de municípios da RML (Região Metropolitana de Londrina). O trabalho, que vem sendo desenvolvido pela Amep (Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná), prevê duas propostas de recorte, em que a RML passaria a contar com 16 ou 6 municípios.

Presidente da Amep, Gilson Campos explica que a proposta apoiada pela agência é a de que a RML passaria a ser composta pelas cidades de Cambé, Ibiporã, Rolândia, Arapongas, Apucarana e Jataizinho, levando em conta a conurbação dos municípios com a metrópole, que é Londrina.

“A Amep defende essa proposta porque são realmente os municípios que têm essa característica metropolitana por serem conurbados”, aponta. Por conta da proximidade, os projetos e programas de cada município serão compatibilizados com o órgão metropolitano, já que cada decisão de um ente pode influenciar o outro, como, por exemplo, os planos diretores e de mobilidade.

O segundo recorte deixaria de fora os municípios mais afastados de Londrina, sendo eles: Primeiro de Maio, Porecatu, Guaraci, Centenário do Sul, Lupionópolis, Alvorada do Sul, Sertanópolis, Rancho Alegre e Sertaneja. Nesse formato, a RML passaria a contar com 16 cidades. Ainda há uma terceira opção, em que a configuração permaneceria como está, com 25 municípios.

Com um custo estimado em R$ 1 milhão, o estudo levou em conta alguns requisitos para redesenhar a região, como o transporte público, meio ambiente, malha urbana e conurbação. "Quando a gente fala de metropolitano, tem muito essa característica do município que se conurba com a metrópole", aponta. O PDUI (Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado) foi trabalhado em parceria com todos os municípios da RML ao longo de mais de 90 reuniões.

MAIS EXTINÇÕES

Em todo o Paraná, os trabalhos estão sendo direcionados para extinguir cinco das oito regiões metropolitanas por não terem os requisitos mínimos necessários, como o movimento pendular e a malha urbana compartilhada. Nesse cenário, restariam apenas Londrina, Maringá e Curitiba, que estão passando pela revisão no número de municípios que compartilham, de fato, uma ligação com a metrópole.

O estudo, em Londrina, é o mais avançado e já está mais de 85% concluído. Os demais ainda estão em fases iniciais, mas em Maringá, por exemplo, o trabalho prevê que a região metropolitana caia de 26 para 13 municípios.

O próximo passo para dar andamento na revisão, segundo ele, é uma apresentação final de todo o estudo para os municípios. A expectativa é de colocar até o fim de 2024 para votação na AL (Assembleia Legislativa).

Apesar de garantir que não haverá prejuízos econômicos para os municípios que possam deixar a RML, Campos ressaltou que alguns prefeitos se mostraram preocupados com a nova reconfiguração.

Como o estudo começou a ser desenvolvido em 2021, o presidente da Amep aponta que ele ainda pode sofrer alterações por conta do desenvolvimento de cada município. “Se o município, revisitando esses estudos, traga uma justificativa diferente, um embasamento diferente, a gente pode rever”, ressalta.