Em 15 de novembro, data em que se comemora a Proclamação da República brasileira, parei para refletir sobre os diferentes tipos de uso que têm sido feitos dos nossos símbolos nacionais. Abaixo apresentarei uma discussão sobre esse tema.

Iniciarei falando a partir do ambiente escolar. Lá, quase todo mundo já cantou o hino. Aquela música, aquela melodia composta por uma fenomenal junção de trombones, violinos e demais instrumentos sempre vem acompanhada pela letra e pela bandeira nacional. Nessa última, as cores utilizadas são o verde, o amarelo e o azul. Ao centro, o lema positivista “ordem e progresso”. Eis uma bandeira que apresentou poucas mudanças ao longo de sua existência: apenas as estrelas que significam cada estado e o distrito federal, dispostas conforme o céu no dia 15 de novembro de 1889, é que foram alteradas.

Na bandeira nacional, cada elemento é muito poético, inclusive as formas que a compõe! O verde representa a natureza, o amarelo representa nossas riquezas e o azul representa tanto a imensidão do nosso céu quanto nossa abundância hídrica. Enfim, a bandeira foi a mesma de 1889 até 1992, quando mais quatro estrelas foram adicionadas (referentes aos estados do Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins);

Na escola, os símbolos nacionais são os meios por meio dos quais enaltecemos o nosso país. Em outros espaços, diferentes usos passaram a ser feitos deles e alguns são de cunho político-partidário. Como é sabido, nada é um mar rosas e o dia 7 de setembro deste ano infelizmente tornou-se mostra disso. A bandeira, que era para ser um símbolo de um país unificado, está se transformando em um símbolo que muitas vezes é utilizado para representar a divisão. Hoje, (não) hastear a bandeira nacional pode ser considerado um símbolo de apoio/repúdio contra a ala política A ou B. Em outras palavras, a bandeira é utilizada para reforçar a ideia de que há um “nós contra eles / eles contra nós”.

É muito interessante o poder que os símbolos e o seus usos têm, em exemplo, temos a bandeira de Minas Gerais, que é uma representação da Inconfidência/Revolução Mineira. Atenção para o caráter duplo: para a coroa portuguesa, a bandeira era uma afronta, mas, para muitos, era um símbolo de liberdade. Hoje ela virou a bandeira daquele estado. Em outras palavras, os símbolos têm os sentidos que nós damos a eles. No caso da bandeira nacional, ela pode ser utilizada de diferentes formas por diferentes grupos políticos, mas, infelizmente, aquilo que deveria ser um símbolo de união está virando um símbolo de separação.

Já vimos nossa bandeira ser queimada, rasgada, ultrajada e utilizada das mais diferentes e impróprias maneiras. Agora é tempo de utilizá-la de forma mais adequada: de forma a promover a união e a estabilidade entre nós, formando um país melhor para todos.

Matheus Gibim Viana, estudante do 9º ano do Colégio Mãe de Deus

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