Entramos num ano eleitoral em que os brasileiros honrados ficarão envergonhados pela participação de determinados candidatos no pleito. A maior imoralidade vai ser a presença de Lula na disputa, depois do Supremo se curvar à vontade de apenas três dos seus togados, que "lavaram" a ficha suja do ex-presidiário. Outra indecência é a permissão dada àqueles que foram pilhados em assaltos aos cofres públicos, tanto na posse do butim em cuecas, apartamentos, malas e até nas próprias nádegas, bem como na condição de réus confessos, mas devidamente "perdoados" pelos tribunais superiores do Judiciário. Muitos desses não terão suas fotos nas urnas, mas estarão nos bastidores sugando o dinheiro público investido escandalosamente nos fundos eleitoral e partidário.

Também forte participante da corrida eleitoral é o atual presidente da República. Desgastado politicamente pelo seu evidente despreparo na condução governamental, imprimiu um ritmo conturbado e excessivamente polemizado à governança, chegando beirar a estupidez em diversas oportunidades. Deu de ombros aos brasileiros nos momentos mais cruciais da pandemia, selando indelevelmente, até em nível internacional, sua marca de despótico negacionista da ciência. Insensível, chegou a zombar do luto das famílias brasileiras em ocasiões de profunda dor e sofrimento. Para coroar a sua desastrada atuação na presidência, entregou as rédeas do governo ao grupo mais corrupto do parlamento. Causa-nos perplexidade ver o condenado presidente da Câmara Federal comandar a barganha no balcão de negócios das verbas bilionárias do indecoroso orçamento secreto sancionado por Bolsonaro.

A próxima eleição presidencial poderá ser a grande oportunidade para encerrarmos esse ciclo dos últimos 20 anos de uma mescla e somatória de intensa corrupção, de extrema mediocridade governamental e da abominável devassidão no Congresso Nacional. Em consequência, reavivará a nossa esperança de mais decoro nas decisões da Corte Suprema, onde sistematicamente são armados escudos protetores da impunidade aos corrutos.

Ludinei Picelli (administrador de empresas)

Cena do filme "Não Olhe Para Cima"
Cena do filme "Não Olhe Para Cima" | Foto: Niko Tavernise/Netflix

"Não olhe para cima!" - ou olhe, tanto faz

No Espaço Aberto de 31/12/21 leio um artigo onde se tenta, mais uma vez, traçar um paralelo entre o filme "Não Olhe Para Cima" e a real situação em que se encontra o mundo, nos dias de hoje. Já li e ouvi muitos comentários e reportagens com o mesmo viés. E o meu questionamento não é sobre o filme, mas sobre as pessoas que, atualmente, passaram a ter uma compulsão de acreditar que tudo que se faça, obrigatoriamente precisa ter uma correlação com o que está sendo vivido por nós. Este filme é apenas uma refilmagem de outro, lançado em 1998, estrelado por Bruce Willis e Ben Affleck, chamado "Armageddon". Eu o vi, à época, no cinema. E posso dizer que o filme atual, como toda refilmagem, não alcança nem a metade do impacto que o de 1998 causou. A sensação que fica é que não passa de uma tragicomédia, quando o de 1998 nos colocou, realmente, "olhando para cima". Creio que já está passando da hora de tentarem usar toda e qualquer coisa que surja para incutir medo numa população que se deixa orientar pelas manchetes da mídia.

Nina Cardoso (psicóloga) Londrina

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