O número crescente de casos de estelionatos eletrônicos no Paraná chama atenção para um cenário preocupante e clama por mais atenção das autoridades e da sociedade. Entre janeiro e agosto de 2024, os registros de fraudes virtuais no estado aumentaram 22% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Mais de 5.900 pessoas sofreram perdas financeiras em golpes praticados por meios eletrônicos, um claro sinal de que a segurança digital no Brasil ainda é frágil. Em 2023 foram 4.593. Os dados são da Sesp (Secretaria de Segurança Pública do Paraná).

Esse cenário preocupante se tornou possível graças aos avanços tecnológicos, que embora tragam comodidade e agilidade para o dia a dia dos cidadãos, também facilitam a ação de criminosos.

Por meio da internet, golpistas podem operar de qualquer lugar do país — ou do mundo — sem a necessidade de contato físico com suas vítimas. Boa parte desses golpistas está cumprindo pena em presídios de vários estados do Brasil.

Facilmente, eles passam por funcionário de banco e tentam convencer cidadãos a transferirem grandes somas de dinheiro, utilizando um leque de argumentos falsos. A recuperação desse montante é, muitas vezes, uma tarefa impossível, dadas as dificuldades de rastreamento e as demoras judiciais.

Tudo isso impôs novos desafios às forças policiais e uma delas é tentar dificultar a entrada ilegal de aparelhos celulares nos presídios. Vale falar também da subnotificação desses crimes, condição que acaba contribuindo para a falsa percepção de controle. Muitos cidadãos, por vergonha ou desconfiança na eficácia da Justiça, deixam de registrar boletins de ocorrência.

A criação de delegacias especializadas, como solicitado por especialistas em crimes cibernéticos, poderia ser um importante passo no enfrentamento desse problema. Em Londrina, apesar da demanda crescente, ainda não existe uma estrutura dedicada ao combate às fraudes virtuais.

Diante de todas essas dificuldades, a principal recomendação para a população ainda é a prevenção, o cuidado redobrado e a desconfiança com contatos de pessoas estranhas via telefone ou redes sociais, principalmente quando trazem ofertas vantajosas.

E ao receber e-mails ou mensagens com links duvidosos, não clique até se certificar sobre a sua autenticidade. Uma ação aparentemente inofensiva pode trazer muita dor de cabeça.

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