Na quarta-feira, o anúncio de que o Banco Central vai lançar a nota de R$ 200, provavelmente, neste mês de agosto, causou grande repercussão. É o primeiro lançamento após 18 anos e teve críticas – alto valor facilitaria a lavagem de dinheiro – e memes de como seria a nova cédula e qual animal deveria estar na imagem ao invés do lobo-guará.

Essa grande repercussão certamente é fruto da surpresa. O governo não sinalizava que o Banco Central estudava lançar uma nova cédula. As pessoas mais velhas que viveram a época da hiperinflação tiveram lembranças tristes daqueles tempos difíceis quando o “dinheiro perdia o valor”.

Felizmente, os economistas vieram tranquilizar o povo que sentiu o “efeito psicológico” da relação cédula alta = hiperinflação. Segundo os especialistas, o Brasil está longe de voltar a ter inflação alta.

O lançamento da nota de R$ 200 tem relação com a pandemia do novo coronavírus. A medida vem atender a demanda por dinheiro em espécie. Por mais estranho que pareça nesta época de pagamentos digitais, há muita gente preferindo guardar dinheiro em casa. Prática que é sinal também de incerteza econômica, sensação que a pandemia desperta em grande parcela da população brasileira e mundial.

Também significa menor custo para o Banco Central. Ao lançar uma nota de R$ 200, o governo consegue reduzir muito o custo de impressão e transporte.

O maior problema será para os comerciantes, feirantes, motoristas de táxis e aplicativos devolverem troca para R$ 200. É bom estarem preparados.

Mas quem ganha visibilidade, finalmente, é o labo-guará, animal símbolo do Cerrado, que há 18 anos ficou em terceiro lugar em uma consulta pública para saber quais animais em extinção deveriam estampar o dinheiro brasileiro.

A tartaruga-marinha ganhou a eleição e foi para a cédula de R$ 2, enquanto o segundo colocado, o mico-leão dourado ganhou a nota de R$ 20. Agora, o lobo-guará salta para a cédula de R$ 200. Para as Ongs de proteção à vida animal é uma excelente oportunidade de conscientização sobre a preservação da espécie, que no Paraná está “criticamente ameaçada”.

Agora é esperar para conhecer os detalhes da nova nota, que ainda está mantida em segredo, por motivo de segurança.

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