Na hora de resolver as questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), os estudantes podem se deparar com alguns termos e ‘conceitos-chave’ específicos de cada disciplina. Na maioria das vezes, entender o que cada uma deles significa pode ser fundamental na hora de responder corretamente a questão. Na prova de geografia, alguns conceitos mais técnicos da área sempre aparecem nas perguntas, como território, região, paisagem e lugar, por isso é importante que o candidato tenha as definições ‘na ponta da língua’.

Adolfo Eidi Natsuo, professor de geografia do Colégio Marista, explica que a prova de geografia aparece no caderno de Ciências Humanas e suas Tecnologias no primeiro dia de aplicação do exame. Com 15 perguntas na prova, a disciplina de geografia costuma trazer muitas questões que trabalham a interdisciplinaridade, assim como algumas que são mais específicas da área.

O professor explica que uma das principais dicas que podem ajudar os candidatos a terem mais tranquilidade para resolver a prova é conhecer alguns conceitos geográficos que são básicos, mas que fazem toda a diferença. Segundo ele, os termos relacionados às categorias geográficas, como paisagem, território, região e lugar, costumam aparecer com frequência.

TERRITÓRIO E REGIÃO

De acordo com ele, o território é uma forma de apropriação em que existe uma área delimitada e que, dentro dela, alguém exerce poder, ou seja, é o termo que pode ser utilizado para definir o território de um determinado país, por exemplo. “O Enem gosta de trabalhar a questão da nação-estado, então ele pode fazer um paralelo com o narcotráfico ou com uma comunidade indígena, que são demarcações de território”, explica.

Já a região, ou regionalização, é a classificação e divisão de uma território, como um país, estado ou cidade, levando em conta critérios socioeconômicos, histórico-culturais ou naturais. “Se eu trabalhar com critérios socioeconômicos a América, por exemplo, eu tenho a América Latina e a Anglosaxônica; já se eu trabalhar a questão geográfica eu tenho três, que são as Américas do Norte, Central e do Sul”, explica.

PAISAGEM E LUGAR

Como terceiro conceito fundamental, ele cita a paisagem, que é a parte visual. Na fotografia, ele explica que a observação é o que vale, mas se for em um trabalho de campo, por exemplo, são levados em conta todos os sentidos. “Nas paisagens que o Enem traz, a gente vai conseguir trabalhar somente a visão e o que o aluno consegue detectar através dela”, adianta.

O lugar é relacionado à convivência e ao pertencer à determinada localidade. “O Enem pode fazer várias relações com a diversidade cultural do planeta Terra”, sugere. Segundo o professor, dificilmente vai aparecer alguma questão perguntando a definição dos conceitos, mas sim de forma mais contextualizada, o que vai exigir que o candidato entenda as diferenças para chegar na resposta correta. “Ele vai partir do pressuposto que o aluno já tem esse conhecimento prévio, o que também vale para conceitos como processo erosivos e intemperismo”, explica

Na geopolítica, é comum aparecer alguma questão relacionada ao meio ambiente, mas o professor também não exclui a possibilidade de que apareça a temática da Guerra da Ucrânia. “Ele pode fazer correlações trazendo assuntos como as fontes de energia da Rússia para o restante da Europa, petróleo, gás natural e fertilizantes, extrapolando esse conteúdo [do conflito entre a Rússia e a Ucrânia]”, pontua.

ATENÇÃO AO ENUNCIADO

Já quando se fala em geografia física, o aluno tem que ficar atento aos tipos climáticos e as formações vegetais brasileiras. O professor explica que ao estudar esses tópicos, o aluno deve sempre fazer uma relação com as intervenções humanas, como os impactos ocasionados pela expansão das fronteiras agrícolas. “O aluno tem que ficar atento principalmente ao enunciado porque às vezes o texto só está ‘enchendo linguiça’ e não tem nada a ver com o que ele vai perguntar no enunciado”, explica.

Ainda na geografia física, Natsuo destaca que o Enem gosta de aproximar os conteúdos do Brasil, por isso podem aparecer questões perguntando sobre a relação entre as savanas africanas e o cerrado brasileiro. “Ele sempre vai pegar um contexto mais próximo e outro mais distante para avaliar a habilidade dos alunos em fazer comparações”, explica.

PIRÂMIDE ETÁRIA

Além disso, a linguagem cartográfica, que é a interpretação de mapas, gráficos e tabelas, também é uma competência cobrada pelo Enem. Principalmente em relação aos gráficos, o professor aconselha que os alunos prestem muita atenção nas informações que estão sendo dadas e o momento histórico que ele está utilizando. “Se for uma pirâmide etária, o Enem pode trazer uma dos anos de 1950, de 2000 ou até mesmo de 2050, fazendo uma projeção, que vem aparecendo bastante nos últimos anos”, explica.

Adolfo Eidi Natsuo também reforça que há algum tempo o exame não traz uma questão sobre os terremotos, então é algo que pode aparecer na prova este ano. Segundo ele, as perguntas costumam cobrar os impactos dos agentes internos e externos relacionados aos terremotos, assim como trabalhar a localização, como o Círculo de Fogo e as placas tectônicas.