Esperança. Estamos diante da única hipótese aceitável para estupidez que é a polarização política. Briga entre lados, sem raciocinar o que de fato acontece. É melhor que neste momento de crise climática as pessoas acreditem que a causa é partido A ou B, que existe um erro humano por trás de tudo. Assim, as pessoas não perdem a fé em dias melhores. Ocupam a cabeça.

Imagem ilustrativa da imagem ESPAÇO ABERTO: Negacionismo do bem
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Vamos imaginar a utopia que toda humanidade se una e tome decisões, corretas e drásticas, “em prol” do planeta Terra: comece a restaurar as florestas e acabe com o desmatamento. Exclua o uso de motores a combustão, recicle toda partícula descartada e reuse resíduos orgânicos corretamente. Viva, salvamos o planeta? Mudaria o nosso destino? Infeliz e absolutamente não.

Amenizaria. Melhorar nossas condutas não é exatamente “nada de nada” se esta ilógica prosa acima alinhavada ocorresse, entretanto, só iriamos suavizar os eventos climáticos. O Poder de decisão está acima dos humanos. Existe um confortável negacionismo científico sobre o que realmente está ocorrendo com nosso planeta e os demais astros ao nosso redor no universo, principalmente com o Sol.

São muitos os trágicos acontecimentos climáticos no mundo nos últimos anos, este recente das enchentes do Rio Grande do Sul cientificamente mostra fortemente que a causa, e motivo da gravidade, não é humana. O ser humano poderia amenizar as suas perdas, mas não tem e/ou não teria como evitar as catástrofes climáticas como: enchentes, ondas de calor extremo, erupções, terremotos, tsunamis etc.

Nossa estrela central, o Sol, está em pleno colapso. As anomalias solares aumentaram satisfatoriamente nas últimas décadas. Comprovando que esta grande esfera de plasma está em evolução desordenada, caminhando para o destino de qualquer outra. A pressão e a temperatura no interior do sol estão muito altas, fazendo com que os átomos de hidrogênio colidam entre si, o que ocorre várias fusões nucleares. Algumas gigantescas.

Todo mundo sente. O derretimento extremo das geleiras e o calor recorde dos oceanos – que causa elevação dos níveis das águas, gerando naturalmente tempestades mais rigorosas. Sem falar que o achatamento dos hemisférios, diante do derretimento das geleiras, têm impacto direto no movimento de rotação, que trazem consequências a longo prazo que prefiro não escrever.

Todo mundo vê. De acordo com os meteorologistas espaciais da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), fenômenos foram instigados por uma tempestade solar “severa” - tempestade geomagnética que causaram recentemente auroras boreais e austrais em diversos pontos do mundo. É bonito, mas ordinário.

Alguns especialistas foram ouvidos pela BBC News Brasil, como por exemplo o renomado professor do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenador de uma rede de pesquisadores sobre os campos do Sul do país, Valério Pillar, que indiretamente confirma nosso enredo aqui na querida Folha de Londrina, que o ser humano contribui para agravamento, mas não tem poder algum para evitar.

Assim, do ponto de vista social, a existência de negacionismo científico para o que realmente estamos passando, que se trata de mera fagulha, é importante para evitar pânico e piora na saúde mental das pessoas. Não temos plano B, por enquanto, neste momento nem mesmo se direita e esquerda se unirem ou se todas as religiões do mundo se convergirem em uma só, irá deter a fúria do Sol.

E o pior, estes acontecimentos por serem considerados “anomalias” não temos como prever. Há quem alivie a situação ao imaginar que maiores eventos “ocorrerão daqui muito tempo”, porém e infelizmente, a ideia é inversa, o planeta e o sol já estão se transformando há muito tempo, as consequências começaram a aparecer agora.

Ronan Wielewski Botelho, advogado e estudante de Física na Universidade Estadual de Londrina

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