O receio do povo de o país tomar rumos políticos extremos dependendo de qual candidato for eleito não tem fundamento. O foco deveria ser se vamos melhorar no índice de desenvolvimento humano entre as nações. Temos potencial e deveríamos estar entre os grandes. O desgoverno dos últimos 20 anos nos despencou e fez com que aparecêssemos entre os fracos. Temos todos os ingredientes para estarmos sempre entre as 10 maiores nações do mundo, tanto economicamente quanto em qualidade de vida.

Imagem ilustrativa da imagem ESPAÇO ABERTO: Brasil: comunista ou fascista?
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O receio de nos tornamos uma futura Venezuela não procede. O brasileiro passa uma régua, baseado no seu desconhecimento do pior. A Venezuela, apesar de ter uma das maiores reservas de petróleo, não tem nenhum tipo de regime político. Existe lá um presidente demente que paga horrores de dinheiro a generais e a comandantes para ficar no poder em detrimento do povo, o qual é obrigado a praticar um dos maiores êxodos da América do Sul. Mulheres fugindo e se prostituindo no Brasil, para conseguir algum dinheiro para sustentar família. Além de não ser um regime, existe a prática de crimes horrendos, pelos desvios de grandes somas do petróleo que deveriam ser destinados, para educação, saúde e moradia. Desconhecimento pensar que poderíamos nos tornar algo assim. Lá, não existe nada além desgoverno e crimes.

Medo de nos tornar comunista, caso o candidato de esquerda seja eleito, é um grande erro. Nosso candidato de esquerda, mentiroso contumaz, e com fortuna incompatível com os seus ganhos, sabe que dança se caminhar nesse sentido. Cuba é um dos países mais tristes por onde já passei. Não se passa fome, mas a comida é impraticável.

Médicos vendem cigarros na praça central; pescadores proibidos de terem barcos, porque fugiriam; artistas com aparelhos do século passado; um plano de saúde grátis, onde pessoas de mais de 50 anos não possuem dentes; pessoas tomando banhos com canequinha; carros da década de 50 ou russos; e chineses para aluguel. Pessoas na rua pedem suas roupas. Ninguém fala alto por medo e nas grandes feiras, só livros marxistas e não existe questionamento sobre outras culturas. O Chico Buarque fala bem de Cuba, porque conhece melhor seu apartamento de Paris. Generais brasileiros associam comunista ao capeta e o candidato sabe disso.

Sobre o fascismo, não se tem o que falar. Embora nosso capitão tenha características fascistas, ele não tem intelectualidade para praticá-la. Sabe o que é ultranacionalismo, mas é fraco para fazer repressão da oposição. A força, a arregimentação da sociedade e da economia não são o forte do Guedes e ele sozinho mal sabe formular uma frase razoável. Embora despreze a democracia eleitoral e a liberdade política, não tem mais força que os outros poderes. Qualquer atitude nesse caminho estúpido e ele será simplesmente outro Cunha da vida.

O que os brasileiros deviam temer é o empobrecimento que não condiz com nosso território que poderia ser o mais cultivável. O Brasil tem oito mil km de praias e não tem o maior turismo (estamos entre os piores). Desvios de dinheiro que poderia ser aplicado em saúde, educação e cultura, mas direcionado para o petrolão e mensalões.

Nunca é tarde para pegar o caminho e escrever um novo final. Esqueça essas ilusões infundadas de comunismo e fascismo, vamos converter as energias na verdade e no sucesso de amanhã. Candidatos medíocres existem, mas seria nossa a culpa de nos deixar enganar para sempre.

O sucesso só é alcançado por quem não se deixa enganar. Nunca seremos comunistas ou fascistas com personagens tão fracos que não são capazes de pensar na nação mais do que no seu próprio sucesso. O Brasil é maior do que estas duas apostas tão pequenas.

Temos que acreditar que o progresso do país seja o de fazer sentido às nossas vidas

Nelio Roberto dos Reis, de Londrina. É doutor em educação e professor universitário.

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