Imagem ilustrativa da imagem ESPAÇO ABERTO - Mentiroso contumaz
| Foto: Anderson Riede/PR

Aprendemos desde tenra idade que contar uma mentira consiste, afinal, em falar algo que não é verdade com o intuito de que outros acreditem. O dicionário nos ensina que é sinônimo de enganar, uma ação praticada por alguém, com nítidas intenções maliciosas. A mentira é considerada, por isso, um ato imoral ou criminal. Em qualquer escola que se preze ou família basicamente alicerçada em valores humanos, a mentira é abominada e desencorajada. Porém, não vivemos tempos normais!

No Brasil de hoje, na última pesquisa Data Folha, 28% acreditam às vezes no presidente e 15% acreditam sempre! Pasmemos! Acreditam sempre! Contudo, Jair Messias Bolsonaro não é um mentiroso qualquer! É um mentiroso contumaz, como bem referiu o vice-presidente da CPI. O espaço deste artigo seria ínfimo para referir as inverdades que o inquilino do Planalto tem vociferado sobre os brasileiros, pondo em risco a saúde e a própria democracia, como bem referiu o ministro Barroso.

A mentira que me motiva este texto foi a pronunciada no dia 21 de outubro! Isto, porque além dela, na segunda feira (25), o mitômano soltou mais uma para justificar a anterior! No seu costumeiro palanque desinformativo, leia-se, as suas lives de quinta-feira, Bolsonaro contou que a vacina contra a covid está levando à Aids. Claro que os infectologistas logo vieram a público negar qualquer relação entre uma coisa e outra. Mas o estrago já estava feito!

Conhecendo bem o calibre desse contumaz mentiroso, sabemos que não há gratuidade na afirmação, envolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Trata-se de um tipo de fala que apenas aumenta o preconceito. No dia 25 de outubro, reforçou seu comportamento falsário ao dizer que apenas tinha citado uma reportagem da revista Exame!

Ora, a reportagem mencionada era de outubro de 2020 e apenas perguntava didaticamente: “Algumas vacinas contra a Covid-19 podem aumentar o risco de HIV?” E logo respondia: “Até agora, não se comprovou que alguma vacina contra a Covid-19 reduza a imunidade a ponto de facilitar a infecção em caso de exposição ao vírus [da Aids]”. Como em inúmeras outras ocasiões, o presidente mentiu e induziu ao erro. O país não tem dúvidas: propositadamente!

Em 17 de Junho de 2020, no seu peculiar português, afirmava: “eu já me considero - eu não me considero não, eu estou – vacinado, entre aspas. Todos que contraíram o vírus estão vacinados, até de forma mais eficaz que a própria vacina porque você pegou o vírus para valer. Então quem pegou o vírus não se discute, esse está vacinado!”

No entanto, organizações cientificas contestam! Embora haja um período de imunidade, as pessoas podem pegar o vírus e passá-lo adiante e que, portanto, não é para dispensar a vacina e as medidas protetivas. Em 21 de outubro do ano passado, Bolsonaro voltou à carga: “Os números têm apontado que a pandemia está indo embora. Ninguém está interessado na vacina chinesa! Comentários dispensados. Único objetivo do senhor Jair: combater a vacina! Há cerca de um ano, mais um reforço na sua coleção de inverdades: “o pessoal da mídia, da grande mídia, falando que eu chamei de gripezinha a questão da covid. Não existe um vídeo ou áudio meu falando dessa forma”!

Suas mentiras geralmente servem para inflamar aquela minoria que acredita em tudo; em 27 de novembro passado, no famoso cercadinho, repetia pela enésima vez uma das mais perversas mentiras: “Essa máscara é pouco eficaz! ” Foi particularmente grave a indução ao erro com outra informação mentirosa: “Jovens estão morrendo logo após serem imunizados contra a Covid-19 no país”! Mensagem compartilhada nas redes sociais.

Mentira tem perna curta. Como foi sobejamente mostrado na mídia, o presidente foi ridicularizado internacionalmente ao mentir deslavadamente em seu discurso na ONU, afirmando que as medidas de isolamento social foram catastróficas e fizeram aumentar a inflação de alimentos. Como se isso fosse pouco, forneceu informações descontextualizadas sobre o desmatamento na Amazônia, auxílio emergencial e até sobre a atuação de governadores e prefeitos na pandemia.

Este autor não gosta de mentiras nem em forma de omissão! Portanto, uma boa parte das informações mencionadas tem como fonte a Rede Globo!

Padre Manuel Joaquim R. dos Santos, Arquidiocese de Londrina

A opinião do autor não reflete, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina

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