A tragédia se repetiu e, desta vez, foi muito perto. Uma jovem de 17 anos foi morta tiros em um ataque no colégio estadual Professora Helena Kolody, no centro de Cambé (Região Metropolitana de Londrina). Outro aluno da escola, um adolescente de 16 anos, também foi atingido e internado em estado gravíssimo no HU (Hospital Universitário) de Londrina.

O atirador, de 21 anos, foi preso. Ele é ex-aluno do colégio Helena Kolody. Segundo a Seed (Secretaria de Estado da Educação), ele foi contido por um funcionário dentro da instituição e acabou preso em flagrante com mais de 40 munições. A pasta informou que ele procurou a unidade com a alegação de que precisava do histórico escolar, por volta das 9 horas. Pouco tempo depois, o agressor começou a disparar.

As motivações para o ataque estão sendo apuradas pela polícia. Os relatos de professores, alunos e vizinhos são de terror e desespero. Alunos pulando o muro da escola e chegando à rua aos gritos de socorro. O quarteirão onde fica o colégio foi completamente isolado e muitos pais foram até a escola preocupados, atrás de informações dos filhos.

Uma aluna contou que o jovem disparou pelas janelas. "Quase acertou em mim, foi desesperador", relatou. O crime gerou reações das principais autoridades do país e do Paraná. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, lamentaram a tragédia. O governador do Estado, Ratinho Junior, também se manifestou por uma nota de pesar.

Ainda é forte na memória dos brasileiros os ataques em março e abril a uma escola em São Paulo e a uma creche em Blumenau (SC), matando, respectivamente, uma professora e quatro crianças. Tratar esse tema sobre violência em escolas é extremamente complexo porque não há uma medida individual ou uma ação pontual que ajudará a solucionar o problema.

Não é possível encontrar uma causalidade única para um fenômeno que acontece em países diferentes e cidades pequenas, médias ou grandes. Hoje, um dia depois do crime, o importante é cuidar das condições psicológicas de todos os afetados pela tragédia em Cambé e trabalhar os sentimentos de insegurança e medo que certamente tomam conta de estudantes e seus pais.

Obrigado por ler a FOLHA!