A chuva que caiu nas regiões Sul e Sudeste entre sexta-feira (23) e domingo (25) aliviaram as condições provocadas pelas queimadas nos estados da parte de baixo do mapa do Brasil, mas não podemos baixar a guarda, o país continua queimando. Acre, Amazonas, Rondônia, Tocantins e Mato Grosso vêm expondo um quadro extremamente desolador e preocupante há alguns meses, enquanto no Sul e no Sudeste a situação também não é boa e o verde vai dando lugar para o cinza das fuligens e ao vermelho e laranja do fogo.

A fumaça sobe por grande parte do Brasil e parece que o céu recebe filtros de aplicativo de fotografia que deixa a imagem embaçada, amarelada. Em algumas localidades, o ar se torna irrespirável. De Ribeirão Preto, uma das mais importantes cidades do interior de São Paulo, vem pelas redes sociais as imagens de incêndio se aproximando do quintal das casas de um condomínio de luxo.

A mistura dos fatores falta de chuva, temperaturas altas e La Niña prometem tornar 2024 um ano em que os números recordes de queimadas serão batidos. No Paraná, mais de 9.300 ocorrências já foram registradas de janeiro até 22 de agosto e o Estado caminha para superar o número histórico de 2019, de 10.835 ocorrências. Essa triste realidade exige uma reflexão profunda e ações imediatas de todas as esferas de governo, dos setores produtivos, além da conscientização e mobilização da sociedade civil.

As causas são múltiplas, o La Niña, que traz temperaturas altas e períodos prolongados de seca, e as mudanças climáticas são algumas delas, mas não podemos ignorar o impacto das ações humanas, especialmente as queimadas intencionais, atitude que evidencia uma falha crítica na conscientização pública.

As consequências desses incêndios florestais são devastadoras. Propriedades rurais, produções agrícolas e até áreas urbanas estão em risco, colocando em perigo não apenas a economia, mas também a vida de muitas pessoas e animais.

O Corpo de Bombeiros do Paraná, em colaboração com entidades civis e governamentais, tem se esforçado para enfrentar a situação, realizando reuniões estratégicas e ajustando seus planos de ação. Contudo, a previsão é de que as condições climáticas continuarão a favorecer a propagação do fogo até pelo menos outubro.

Assim, é importante que os governos federal, estaduais e prefeituras municipais assumam um papel proativo, oferecendo suporte técnico e recursos financeiros para o combate às queimadas, além de promover uma campanha massiva de conscientização.

O futuro do Brasil, especialmente em termos de sua riqueza natural e segurança das populações, depende da nossa capacidade de enfrentar essa crise com seriedade e eficácia.

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