Jaguapitã, município com 15 mil habitantes, localizado na Região Metropolitana de Londrina, viveu na quarta-feira (19) um dia de "Rio de Janeiro", como comentou um morador em referência a uma perseguição policial ocorrida na cidade.

“Foi bem preocupante, ninguém aqui é acostumado com isso. Parecia que era o Rio de Janeiro”, definiu o autônomo Marcelo Henrique. O cenário que ele se refere é de uma perseguição aérea registrada na cidade no final da tarde de terça-feira (18), que culminou na apreensão de 243 quilos de cocaína dentro de um helicóptero. A carga é avaliada em cerca de R$ 3,6 milhões.

O piloto, um homem de 52 anos, foi preso em flagrante e encaminhado para a sede da PF (Polícia Federal) de Londrina. Segundo a corporação, a aeronave suspeita entrou no radar inicialmente na zona rural de Amambai, no Mato Grosso do Sul, com o acionamento do Comando de Aviação Operacional da Polícia Federal e o BPMOA (Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas) de Londrina e de Cascavel (Oeste).

O helicóptero foi visto novamente sobrevoando a região do Rio Paraná, na divisa do estado com o Paraná. No entanto, o piloto não desceu com a aeronave e tentou fugir. Mas acabou sendo perseguido por três helicópteros das forças de segurança, um da PF e dois da PM. Foram aproximadamente 250 quilômetros de acompanhamento tático, até que em Jaguapitã o homem acabou cercado e foi obrigado a pousar num terreno particular, de mata.

Até ele desistir e se entregar foram disparados diversos tiros, momento que assustou os moradores de Jaguapitã. O piloto também fez uma série de manobras perigosas enquanto sobrevoava a cidade, aumentando ainda mais a tensão de quem acompanhava, do solo, toda a movimentação.

Segundo a Polícia Federal, o piloto já era conhecido da corporação por ter sido três vezes preso, sendo duas em situação semelhante. Ele vai responder pelo crime de tráfico internacional de drogas.

Não é novidade, no Brasil, a apreensão de helicópteros usados pelas quadrilhas que operam o tráfico de drogas, especialmente que vêm do Paraguai. Essas aeronaves não precisam de pista de pouso e isso dificulta as ações policiais.

A ousadia dos criminosos ficam evidentes nessa prisão em Jaguapitã, com todos os elementos de um filme de ação, deixando claro que mesmo as cidades mais tranquilas, uma hora ou outra, podem se ver como parte do problema da violência imposta por quadrilhas ou facções perigosas.

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