Em períodos de crise, como aconteceu na pandemia da Covid-19, as pessoas entram em pânico temendo desabastecimento de alimentos ou outros produtos, e promovem uma correria aos supermercados.

Na época da Covid-19, a busca desenfreada provocou desabastecimento de itens como álcool em gel e papel higiênico. Muitas vezes, os alertas de falta de produtos partem de notícias falsas compartilhadas em redes sociais e grupos de envio de mensagens instantâneos.

Agora, a tragédia climática no Rio Grande do Sul motivou mais uma onda desenfreada de compras nos supermercados de muitos estados brasileiros. Nas redes sociais há relatos de pessoas que falam de filas nos mercados em busca de sacos de arroz.

É certo que o estado gaúcho é o maior produtor do cereal no país, responsável por 70% de toda a produção nacional. Mas antes mesmo que os agricultores pudessem vir a público dizer que não há motivo para preocupações, já havia consumidores levando para casa grandes quantidades de arroz, provocando a baixa dos estoques nos supermercados. Comportamento que levou algumas redes varejistas a restringirem a compra para, aí sim, evitar a escassez.

A limitação de vendas do arroz foi adotada em algumas redes supermercadistas do país. Em Londrina, em pelo menos uma delas havia a restrição de 12 unidades por CPF. Além do arroz, em algumas capitais da Região Sudeste há relatos de supermercados que estabeleceram limites também para outros produtos que, nos últimos dias, passaram a ser comprados em quantidades acima da média, como feijão, óleo de soja e leite.

Na sexta-feira (10), a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) afirmou que, até o momento, os estoques e as operações de abastecimento do varejo estão normalizados e recomendou que os clientes não comprem além da necessidade para garantir o acesso contínuo do produto.

Nesta semana, o governo federal anunciou a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o objetivo com a medida é evitar a escassez do produto no mercado brasileiro.

Os produtores gaúchos, no entanto, garantem que não vai faltar arroz no prato dos brasileiros em razão das enchentes. Segundo o Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), 82,9% das lavouras já foram colhidas. Restam em torno de 150 mil hectares.

É importante que a população atenda as orientações das autoridades e respeite o limite de compra do produto para que não haja um desequilíbrio entre oferta e demanda, como normalmente acontece quando todo mundo decide estocar um alimento ou qualquer outro item de consumo.

Além disso, comprar alimentos em grande quantidade pode levar ao desperdício, pois sempre há o risco da comida estragar antes de ir para a mesa. Sem falar que, dependendo das condições de armazenamento, os alimentos podem estragar mais rapidamente, colocando em risco a segurança alimentar da família.

E se vier realmente a faltar arroz por um período ou o preço do cereal subir, pode ser a chance do brasileiro explorar novos ingredientes e colocar outros sabores no prato.

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