O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) projeta para daqui a 18 anos uma significativa transformação demográfica. As novas projeções do órgão indicam que a população brasileira deve atingir o pico em 2041, com 220,43 milhões de habitantes, e, a partir de 2042, começará a diminuir gradativamente.

A projeção não é apenas um dado estatístico. Estamos falando de um marco que prenuncia desafios profundos e duradouros para a sociedade e também para economia do Brasil. O encolhimento populacional projetado pelo IBGE, que poderá reduzir a população para menos de 200 milhões em 2070, reflete uma tendência já observada em outras nações desenvolvidas: a queda na taxa de fecundidade.

A média era de 6,28 filhos por mulher em 1960 e caiu para 1,58 em 2022, com uma previsão de atingir 1,44 nos próximos anos. Embora se espere uma leve recuperação até 2070, o nível de reposição populacional (2,1 filhos por mulher) permanecerá distante, o que assegura o declínio populacional a longo prazo.

O IBGE atualizou as estimativas de projeção da população a partir de dados do Censo Demográfico 2022 e da PPE (Pesquisa de Pós-Enumeração), que busca examinar a qualidade do recenseamento. O órgão também levou em conta informações de outras fontes sobre a dinâmica de nascimentos, mortes e migração. As projeções divulgadas na quinta-feira (22) abrangem o período de 2000 a 2070.

O cenário apontado pelos pesquisadores reforçam o diagnóstico que já vem sendo feito por especialistas: o rápido envelhecimento da população. Em 2070, os brasileiros com 60 anos ou mais representarão quase 38% da população, superando todos os outros grupos etários.

A consequência desse envelhecimento é o impacto sobre o sistema previdenciário, a força de trabalho e o crescimento econômico. Com menos jovens para sustentar uma população idosa crescente, a pressão se volta para as finanças públicas, especialmente em relação à previdência social.

A solução passa pelo aumento da produtividade do trabalho, fator que tem sido um constante desafio para o Brasil, principalmente porque implica em políticas educacionais mais eficientes, capacitação para novas tecnologias e fomento a uma cultura de gestão eficiente. O País está diante de uma encruzilhada importante e as decisões tomadas agora determinarão a capacidade do brasileiro em construir um futuro de oportunidades e sustentabilidade para as próximas gerações.

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