Contar com estatísticas confiáveis é um dos primeiros passos para a elaboração de políticas públicas voltadas a resolver problemas que afligem a comunidade. E a segurança é uma das áreas mais sensíveis do país, com a violência dominando a rotina de moradores das mais diversas partes do país.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública é um dos principais indicadores na área no país. O levantamento divulgado nesta quinta-feira (18) mostra que houve queda no número de homicídios no primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, as mortes causadas pelas polícias continuaram estacionadas acima dos 6.000 óbitos, e os registros de estupro bateram novo recorde.

A queda de mortes violentas no Brasil deu uma ligeira acelerada em 2023 na comparação com o período anterior, caindo 3,4% na comparação com o ano anterior. O indicador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que organiza o anuário, soma vítimas de homicídios dolosos, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e mortes por intervenção de agentes policiais.

Outros indicadores tiveram piora no ranking divulgado nesta quinta. O que mais chama a atenção é que a violência contra mulheres aumentou em todos os indicadores na edição de 2023 do anuário. Os registros de estupro, por exemplo, cresceram 6,5% na comparação com 2022, e chegaram a 83.988 casos. Também tiveram aumentos a importunação sexual (48%), com 41.371 registros, e os casos de pornografia infantil, com 2.790 ocorrências em 2023.

Para Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o combate à violência exige, principalmente, investigação dos crimes. "Só a investigação reduz a impunidade, responsabiliza as pessoas e pune criminosos, sejam os da rua, os que estão na frente de um computador ou os que cometem violência doméstica e sexual", alerta o especialista.

Lima defende que tanto o governo federal quanto os estaduais sejam cobrados para que a cooperação mútua facilite a troca de informações e dê algum padrão a registros criminais e procedimentos como o compartilhamento de dados entre agências federais.

Esse compartilhamento é previsto e pode ser facilitado com a criação do Susp (Sistema Único de Segurança Pública). Um dos projetos nos quais o governo aposta para reduzir as estatísticas da violência que tanto assusta os brasileiros.

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