O município de Londrina fará um mutirão de cirurgia eletiva, em agosto, para tirar da fila de espera de 1.500 a 2 mil pessoas. O projeto pretende envolver os três principais hospitais terciários da cidade que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde): Evangélico, HU (Hospital Universitário) e Santa Casa. O custo dos serviços está previsto em R$ 11,5 milhões, sendo R$ 5,5 milhões de emenda do deputado federal Luiz Carlos Hauly e o restante dinheiro do próprio município. Atualmente, a fila de espera por uma cirurgia eletiva, aquela não emergencial e sim programada a partir da capacidade de execução, está em 6 mil pessoas.

Entre os procedimentos contemplados estão ortopedia, vasculares e otorrinolaringológicos. O recurso é para a cirurgia e para o pré e pós-operatório. A porta de entrada das cirurgias eletivas pelo SUS são os postos de saúde. Nos últimos sete anos foram promovidas 12 mil intervenções cirúrgicas por meio do município.

Paralelamente à parceria com as instituições terciárias, o município abriu um edital de chamamento público para contratar hospitais particulares que ofereçam as especialidades de sistema osteomuscular, vascular e das vias aéreas superiores e do pescoço. A ideia da prefeitura é que esses hospitais entrem em um segundo momento no projeto, para pré e pós operatório.

A pandemia da Covid-19 acabou agravando a situação da fila de espera por essas operações em todo o Brasil. Outros fatores que agravaram a crise são falta de médicos especialistas no setor público, ausência de recursos financeiros e hospitais capacitados

Em fevereiro de 2023, o Ministério da Saúde lançou o PNRF (Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas), com previsão de recursos de R$ 600 milhões. Até outubro, o governo federal informou que o programa cumpriu 72% da meta estipulada, realizando 350 mil operações de um total de 500 mil.

Para 2024, o orçamento do PNRF dobrou e passou para R$ 1,2 bilhão. Em junho do ano passado, segundo o Ministério da Saúde, o número de brasileiros que aguardavam cirurgias eletivas era 1 milhão.

O fato de não serem emergenciais não significa que as cirurgias eletivas não são essenciais. Elas são necessárias para que as pessoas recuperem a saúde e o bem-estar e a longa espera por realizar esses procedimentos pode agravar muito a situação dos pacientes.

A solução definitiva para a redução das filas de espera do SUS envolve muitos fatores. O mutirão de agosto em Londrina é muito interessante, mas os governos precisam manter um compromisso firme com esse propósito. Só assim podemos garantir ao cidadão brasileiro um atendimento realmente digno, eficiente e no tempo necessário.

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