De alguns anos para cá, o aparecimento de casos de doenças que pareciam estar controladas voltaram a preocupar o mundo e a coqueluche é uma delas. No mês passado, o governo federal fez um alerta de que todas as 27 unidades federativas notificaram casos da doença entre 2019 e 2023, sendo Pernambuco o estado com maior número de casos (776), seguido por São Paulo (300), Minas Gerais (253), Paraná (158), Rio Grande do Sul (148) e Bahia (122). No mesmo período, foram registradas 12 mortes pela doença.

O governo federal alertou ainda que, em 2024, os números continuam altos. Em outros países a situação também é preocupante. Pelo menos 17 países da União Europeia registram aumento de casos de coqueluche – entre janeiro e dezembro do ano passado, foram notificadas 25.130 ocorrências no continente. Já entre janeiro e março deste ano, 32.037 casos foram registrados na região em diversos grupos etários, com maior incidência entre menores de 1 ano, seguidos pelos grupos de 5 a 9 anos e de 1 a 4 anos.

Em Londrina, foi confirmada pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), nesta quinta-feira (25), a morte de uma bebê de seis meses em decorrência da coqueluche. A menina esteve internada em um hospital da cidade até 30 junho, data em que faleceu.

A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, confirmou à reportagem que a bebê não tinha o ciclo vacinal completo. Das três doses necessárias, apenas uma foi aplicada. A última morte por coqueluche registrada no Paraná foi em 2019 em Ponta Grossa.

Lopes ressalta que a principal medida de prevenção contra o coqueluche é a vacinação e faz um apelo à população, principalmente aos pais, para que vacinem seus filhos. "Fazemos um apelo para que as pessoas não acreditem em fake news. A vacina protege e previne doenças. Todos têm que se vacinar! Não podemos desmerecer [o ciclo vacinal], temos que incentivar", ressalta.

Dados da Organização Mundial da Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância, divulgados na semana passada, mostraram que o Brasil deixou o ranking dos 20 países com mais crianças não vacinadas, no qual ocupava o sétimo lugar em 2021.

A melhora dos índices foi perceptível, mas ainda há muito o que fazer para que o nível de cobertura vacinal chegue a um patamar estabelecido pelas autoridades em saúde. Não é o momento para relaxar e é preciso conscientizar os adultos sobre a importância de se vacinarem e vacinarem os filhos.

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