A confirmação de um segundo caso de gripe aviária no Paraná colocou o Estado em situação de emergência sanitária, mas não há motivos para alarme, segundo o presidente da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), Otamir Cesar Martins. Um terceiro caso suspeito, identificado na Ilha do Mel, também está sendo analisado.

A primeira ave com a doença foi identificada em Antonina e a segunda em Pontal do Paraná, todos no Litoral.

Embora o Estado não veja motivos para alarme, a preocupação é grande. O Paraná é o maior produtor e exportador de carne de frango do país.

Uma das primeiras medidas tomadas pela Adapar foi baixar uma portaria para suspender a emissão da GTA (Guia de Trânsito Animal), o que inviabiliza o transporte de aves do Litoral para qualquer região do Estado ou do país. A medida é válida por 90 dias e pode ser prorrogada.

Por enquanto, os focos foram encontrados apenas em aves silvestres e até o momento não foi identificada contaminação em aves domésticas, mas a restrição visa proteger o plantel comercial e as atividades econômicas do setor de avicultura paranaense.

"Queremos tranquilizar os produtores e abatedouros que não tem perigo nenhum neste momento. Os focos foram identificados no Litoral, estão muito longe do interior do Estado. Não perdemos o status de exportação, continuamos com os 147 países compradores", afirmou Martins.

Os dois primeiros focos de IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade) no Paraná foram registrados em aves silvestres da espécie Trinta-Réis-Real (Thalesseus maximus).

A Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento) e a Adapar orientam produtores de aves para corte ou postura de ovos que reforcem as medidas de biossegurança e de biosseguridade para evitar a entrada do vírus H5N1 nas granjas paranaenses.

O Ministério da Agricultura e Pecuária disponibilizou R$ 200 milhões para que os Estados possam intensificar as ações de vigilância.

Para prevenir o contágio pela Influenza Aviária as autoridades sanitárias orientam evitar a manipulação de aves silvestres mortas ou com sinais clínicos da doença e os proprietários de granjas e aviários devem reforçar os cuidados com o fechamento de frestas que facilitem o acesso de qualquer outro animal.

As medidas de biossegurança e biosseguridade incluem ainda manter longe das aves pessoas estranhas à produção e cuidados com as roupas e sapatos utilizados na atividade. Os trabalhadores que entram em contato direto com o plantel devem utilizar roupas e sapatos específicos. O mesmo vale para os produtores de ovos.

Nesse momento, para o Paraná e o Brasil, a maior ameaça da Influenza Aviária é econômica, diante do impacto que o aumento de casos pode representar à cadeia produtiva da avicultura, da produção de ovos e até para a produção de medicamentos e vacinas.

Para a vida selvagem, o descontrole pode levar à extinção local de espécies de aves e a um desequilíbrio ambiental.

Todos têm a perder com a disseminação da Influenza Aviária. Por isso, é preciso reunir todos os esforços para que os focos da H5N1 sejam controlados e não avancem para outras regiões do Paraná.

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