O edital para comercialização de áreas na Cidade Industrial de Londrina deverá ser lançado em até 90 dias. Apesar da predominância do setor de serviços, a implementação do complexo é tratada hoje pela administração municipal como uma grande aposta para alavancar o desenvolvimento econômico do município, com impulso à geração de empregos e à arrecadação de impostos.

Estimativa da Confederação Nacional da Indústria aponta que a cada R$ 1 produzido na indústria nacional, R$ 2,43 retornam à economia. Esse valor é superior ao de outros setores econômicos. No agronegócio, a proporção é de R$ 1,75 para cada R$ 1 produzido e, no comércio e serviços, R$ 1,49.

No cenário local, o fortalecimento da indústria é considerado um fator indispensável para alavancar a economia, especialmente o mercado de trabalho.

A criação de empregos no município tem apresentado resultados positivos nos últimos anos. Desde agosto de 2020, quando o país estava apenas no início do enfrentamento da pandemia de Covid-19, o balanço do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, praticamente só apontou resultados positivos.

Com exceção dos meses de dezembro, historicamente marcados por questões sazonais, e maio de 2021, o saldo entre admissões e desligamentos no período de 45 meses tem se mantido no azul.

Nos últimos 12 meses, são 3.721 o número de vagas criadas. Mas há sinais de declínio. Em abril deste ano, Londrina contabilizou 272 novas vagas de trabalho. Ainda que positivo, o saldo aponta recuo de 31,48% ante março. E em março, já havia ocorrido uma queda de 74,13% em relação a fevereiro. Na comparação com abril do ano passado, também houve redução, de 20,23%. Naquele mês, foram abertas 341 vagas com carteira assinada.

Falar em tendência de retração seria prematuro. É preciso aguardar o resultado de maio. Mas os dados do Caged em abril colocaram Londrina na 16ª posição na geração de vagas de emprego no Paraná, abaixo de municípios com contingente populacional bem menor.

A indústria de alimentos cearense J. Macêdo será a âncora do complexo, com previsão de gerar 200 empregos diretos inicialmente e outros 800 postos de trabalho na fase final. A empresa já iniciou as obras de implementação de seu parque fabril. Mas ao todo, a Cidade Industrial comportará pelo menos mais 55 indústrias.

“As atividades que essas empresas vão desenvolver, na fase de instalação, a gente já vai ter um movimento, por exemplo, nas empresas de projeto de engenharia. É uma fase interessante, depois vem a construção civil e depois, efetivamente, a realização do serviço de cada uma dessas empresas. São várias etapas que já vão trazendo benefícios econômicos para a cidade”, pontuou o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina, Fábio Cavazotti.

Com isso, a expectativa da administração municipal é ampliar a participação da indústria na geração de empregos. Dos 3.721 postos criados no acumulado dos últimos 12 meses, 63% foram no setor de serviços, seguido pela construção (16%) e só em terceiro vem a indústria, com 12,55%.

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