A morte de um menino de 8 anos que caiu do terceiro andar de um prédio no centro de Londrina, no último sábado (21), reacende a necessidade de se discutir segurança doméstica. O caso é investigado pela Polícia Civil e um inquérito foi instaurado pelo 5º DP (Distrito Policial) para averiguar se houve negligência por parte do pai.

De acordo com testemunhas, a criança estava escovando os dentes perto de uma janela quando se desequilibrou e caiu. Uma vizinha relatou ter visto o menino no local (o prédio fica na Rua Borba Gato, na área central) minutos antes da queda.

O Siate foi acionado e o menino levado ao Hospital Evangélico, onde a vítima não resistiu aos ferimentos. Segundo João Reis, delegado titular de Homicídios, o caso será investigado pelo 5º DP porque não há, até o momento, indícios de crime. A criança, que morava com a mãe em Apucarana (Centro-Norte), estava passando o fim de semana com o pai.

Infelizmente, acidentes que acabam com a vida de crianças são mais comuns do que se imagina. Estudos da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) expõem o tamanho da tragédia. Segundo a entidade, no Brasil, os acidentes (de maneira geral e não apenas os domésticos) representam a principal causa de morte entre crianças e adolescentes de 1 a 14 anos. Com base em dados de 2020, a SBP calcula que os acidentes causam 3,6 mil óbitos de crianças por ano. Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a maioria dessas ocorrências poderia ser evitada com medidas de prevenção.

É muito triste noticiar um fato como a morte dessa criança de 8 anos, no sábado, em Londrina. À reportagem da FOLHA, a diretora da escola municipal onde o menino estudava contou que a principal característica dele era a alegria. Ela lembrou também que o garoto se preocupava muito com os amigos e estava sempre disposto a ajudá-los.

É preciso que fatos trágicos como esse levem pais e cuidadores a refletirem sobre a importância de criar medidas de segurança em casa. Observando que a prevenção começa, muitas vezes, com a mudança de alguns hábitos dos adultos, como colocar telas de proteção em janelas, atentar para os tapetes soltos, móveis que possam servir para que a criança os escale, proteção nas tomadas elétricas, entre outros.

Da mesma maneira, o poder público deve se preocupar em realizar campanhas de conscientização sobre como tornar a casa um local seguro para as crianças explorarem e se desenvolverem com saúde e alegria.

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