Quando foi eleito em primeiro turno, em 2016, o então deputado federal Marcelo Belinati dizia que queria ser o melhor prefeito da história de Londrina. Era a oportunidade de redimir o legado político do tio, Antônio, que governou a cidade por três mandatos, sendo que no último (1997-2000) sofreu um inédito processo de cassação na Câmara Municipal acusado de superfaturamento na contratação do show da Xuxa para a inauguração do Pronto Atendimento Infantil (PAI).

Se vai conseguir cumprir o prometido, o tempo dirá. Fato é que Marcelo Belinati conseguiu a reeleição em 2020 ainda no primeiro turno, algo inédito no município, após reverter a alta taxa de rejeição que obtivera no meio do primeiro mandato por conta da polêmica - mas necessária - revisão da Planta Genérica de Valores, que atualizou a defasagem nas taxas de IPTU. Os que o antecederam não tiveram oportunidade e/ou coragem política para bancar a medida, considerada imprescindível por conta das visíveis transformações urbanísticas sofridas pela cidade ao longo dos últimos 15 anos.

A reeleição também foi um atestado de que os londrinenses aprovaram as medidas restritivas adotadas pela prefeitura no controle à Covid-19, comportamento também visto em outras cidades de porte do Estado que concederam novos mandatos aos chefes do Executivo, como em Curitiba e Maringá.

Marcelo Belinati chega quase à metade de seu segundo mandato respaldado pela aprovação de 61% dos londrinenses entrevistados pelo Instituto Multicultural/FOLHA/Paiquerê 91,7, cujos resultados foram divulgados na última semana. É um índice animador para reeleitos, haja vista o desgaste natural do cargo, embora a popularidade do chefe do Executivo londrinense tenha caído levemente e a reprovação ao seu trabalho tenha aumentado para 29%, se levados em conta os levantamentos anteriores realizados pelo mesmo instituto ao longo do segundo mandato.

Os números alvissareiros, no entanto, mostram o quanto aumenta a responsabilidade de Belinati em concluir sua gestão da forma que desejou. Há ainda gargalos importantes a serem sanados, e o próprio levantamento do Instituto Multicultural mostrou isso. A saúde foi apontada pelos londrinenses como a área de maior problema da cidade, com 39%, superando pavimentação e asfalto (21,5%), que veio logo a seguir. A maior queixa se refere ao tempo de espera para atendimento nas unidades do município, classificado como ruim ou péssimo por 60% dos entrevistados. Os problemas recorrentes no PAI ao longo deste ano, com usuários relatando até quatro horas de demora na sala de espera, evidenciam isso. O agendamento de consultas com especialistas e exames fica na segunda posição, com uma avaliação de ruim ou péssimo por parte de 54,5% das pessoas ouvidas.

Obras intermináveis e que volta e meia enfrentam problemas na sua execução, notadamente a construção da trincheira da Avenida Leste-Oeste com Rio Branco, também vêm testando a paciência de moradores do entorno e motoristas que trafegam por aquela região de intenso movimento.

Ainda que a corrida eleitoral para a sucessão de Belinati já tenha começado, e ele mesmo prepare o nome que pretende indicar para a continuidade da gestão, é importante o Executivo manter-se focado em colocar Londrina, 88 anos recém-completados, no rumo do desenvolvimento.

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