O recém-inaugurado Hospital Veterinário Municipal de Londrina começou a funcionar em 13 de agosto, mas o prazo bastante curto deixou evidente tanto sua importância na cidade quanto a urgência em encontrar mais suporte para às famílias de baixa renda que têm animais de estimação em casa

A unidade, destinada ao atendimento de animais cujos tutores estão inscritos no CadÚnico, superou em 70% a previsão de atendimentos, conforme estimativas da gestora Ana Paula Marcos. Esse dado reflete uma crescente demanda por serviços veterinários públicos.

De 350 atendimentos esperados, 76 foram feitos nos primeiros quatro dias, período em que o hospital já havia realizado 22% das consultas esperadas para o mês inteiro. O número, embora expressivo, é ainda mais preocupante ao ser analisado no contexto da capacidade limitada da instituição. Com cerca de 40 animais internados, o hospital operava na semana passada, quando a reportagem foi ao local, próximo da superlotação. A situação é agravada pela constante chegada de novos casos, como o resgate recente de uma família de cães abandonados.

Quem opera o Hospital Veterinário Municipal de Londrina é a CHC Saúde Única, empresa de Itajaí (SC). A mastectomia - cirurgia que retira total ou parcialmente a mama do animal por causa de cânceres ou tumores - em animais de até 10 quilos alcançou 40% dos atendimentos esperados para o mês nos quatro primeiros dias de serviços prestados. O procedimento para aqueles que têm de 10 a 20 quilos alcançou 20%. Os dados, mesmo que aferidos em poucos dias, comprovam a alta demanda.

Segundo Ana Paula Marcos, a procura não para de crescer. São cerca de 25 atendimentos diários agendados pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) - com pessoas previamente cadastradas no CadÚnico -, além dos casos de urgência e emergência.

A superlotação e a alta demanda são sinais claros de que a população de Londrina e de cidades da região tem uma carência evidente de serviços veterinários acessíveis e eficientes. Embora o Hospital Veterinário Municipal seja um passo importante para suprir essa necessidade, ele precisa de apoio contínuo e uma expansão de sua capacidade para atender de maneira adequada o crescente número de animais em situação de vulnerabilidade. Além disso, é crucial que se desenvolvam estratégias regionais para compartilhar a responsabilidade com cidades vizinhas, evitando sobrecarregar uma única unidade.

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