BOGOTÁ, COLÔMBIA - Candidato da coalizão opositora da Venezuela, Edmundo González divulgou uma carta nesta segunda-feira (6) em que se proclama presidente eleito do país. Seus aliados afirmam que ele venceu nas urnas, a despeito da proclamação de Nicolás Maduro pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). O resultado é contestado mundialmente.

No texto, assinado com María Corina Machado, que se descreve como a "líder das forças democráticas na Venezuela", a dupla pede às Forças Armadas se descolem do chavismo. "Fazemos um chamado à consciência dos militares e policiais para que se coloquem ao lado do povo e de suas próprias famílias", dizem eles.

ATAS ELEITORAIS

À reportagem interlocutores próximos à dupla afirmam que o anúncio não se trata de formar um governo paralelo ao regime de Caracas, mas de confirmar o que as atas eleitorais que possuem em mãos dizem. A oposição possui pouco mais de 80% das atas deste processo.

A carta "Mensagem de Edmundo González e María Corina para militares e policiais" começa com os autores dizendo que "a Venezuela e o mundo inteiro sabem que nas eleições do último 28 de julho nossa vitória foi avassaladora. Desde o mais humilde cidadão, testemunha, membro de mesa, oficial das Forças Armadas, policial, até os organismos internacionais e governos, sabem disso. Com as atas em mãos, o mundo viu e reconheceu o triunfo das forças democráticas".

Afirma ainda que Edmundo González venceu em todos os estados do país e na quase totalidade dos municípios. Todos os cidadãos são testemunhas dessa realidade", escrevem.

OFENSIVA

"No entanto, Maduro se recusa a reconhecer que foi derrotado por todo o país e, diante dos legítimos protestos, lançou uma brutal ofensiva contra líderes democráticos, testemunhas, membros de mesa e até mesmo contra o cidadão comum, com o absurdo propósito de querer ocultar a verdade e, ao mesmo tempo, tentar acuar os vencedores", apontam.

A mensagem também apela para os venezuelanos que têm mães, pais, filhos, irmãos, parceiros nas Forças Armadas Nacionais ou funcionários policiais, para que não reprimam, para que ignorem ordens ilegais "e que reconheçam a Soberania Popular, expressa nos votos do domingo, 28 de julho".