São Paulo - Em um comunicado duro sobre as eleições do último domingo (28) na Venezuela, a OEA (Organização dos Estados Americanos) não reconheceu os resultados divulgados pelo órgão eleitoral do país e afirmou que é necessário saber se o ditador Nicolás Maduro aceitaria sua derrota, uma vez que, ao contrário da oposição, o regime ainda não conseguiu apresentar as atas com as quais reivindica sua vitória.

"Considerando que (...) o madurismo (...) ainda não conseguiu apresentar as atas pelas quais teria vencido - o que, a esta altura, seria risível e patético se não fosse trágico - (...) é imperativo saber sobre a aceitação de Maduro das atas em posse da oposição e a consequente aceitação de sua derrota eleitoral", afirmou a organização nesta terça-feira (30).

Liderados por María Corina Machado, críticos ao regime denunciam uma fraude no pleito e afirmam que a votação deu vitória para Edmundo González, candidato que entrou no lugar da líder opositora, inabilitada politicamente.

Nesta segunda (29), eles divulgaram o que dizem ser 73% das atas das urnas eletrônicas. No entanto, o sistema estava instável e não era possível visualizá-las. "São milhões de cidadãos na Venezuela e no mundo que querem ver que o seu voto conta. As equipes técnicas em breve restabelecerão o acesso!", publicou Machado na rede social X.

O regime, por sua vez, afirma que não enviou as atas para apuração nacional devido a um suposto ataque hacker. Na tarde desta segunda, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou que Machado está envolvida na alegada investida contra o sistema eleitoral.

Ao acusar a líder opositora, o aliado de Maduro afirmou que os dados de cada mesa de votação seriam publicados na página do Conselho Nacional Eleitoral "nas próximas horas" - o que ainda não aconteceu. Essas informações estão sendo exigidas por diversos países para reconhecer os resultados, incluindo o Brasil.