Lula embarca para mini giro pela África
Presidente inicia viagem pelo continente africano nesta quarta para reforçar laços com o Egito, recém-integrado ao Brics
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 13 de fevereiro de 2024
Presidente inicia viagem pelo continente africano nesta quarta para reforçar laços com o Egito, recém-integrado ao Brics
Paula Laboissière – Agência Brasil
![No Egito, Lula tem agenda marcada com o presidente Abdel Fattah El-Sisi, no Cairo, nesta quarta-feira](https://www.folhadelondrina.com.br/img/Artigo-Destaque/3240000/400x0/Lula-embarca-para-mini-giro-pela-Africa0324656000202402131909-14.webp?fallback=https%3A%2F%2Fwww.folhadelondrina.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F3240000%2FLula-embarca-para-mini-giro-pela-Africa0324656000202402131909.jpg%3Fxid%3D6042852&xid=6042852)
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou nesta terça-feira (13) para o Egito, país recém-integrado ao Brics, bloco que reúne economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A proposta da viagem é reforçar os laços entre os dois países.
No Egito, Lula tem agenda marcada com o presidente Abdel Fattah El-Sisi, no Cairo, nesta quarta-feira (15). Também está prevista uma possível visita à Liga Árabe, grupo de países árabes que tem sua sede no Cairo.
Também será discutida a possibilidade de ampliar as exportações agropecuárias do Brasil para o Egito. A expectativa do governo brasileiro é que o Egito passe a aceitar um número maior de certificações de abatedouros brasileiros, ampliando o fluxo comercial.
Do Egito, Lula permanece em solo africano, seguindo para a Etiópia. Lá, o presidente terá reuniões bilaterais com autoridades e participa, como convidado, da Assembleia da União Africana, entidade que representa cerca de 50 estados do continente.
O Itamaraty informou ter interpretado o convite como um reconhecimento da prioridade que Lula vem imprimindo à política externa no que diz respeito à África.
Além do presidente brasileiro, devem participar da assembleia, como convidados, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
![No Egito, Lula tem agenda marcada com o presidente Abdel Fattah El-Sisi, no Cairo, nesta quarta-feira](https://www.folhadelondrina.com.br/img/inline/3240000/0x800/Lula-embarca-para-mini-giro-pela-Africa0324656000202402131909.webp?fallback=https%3A%2F%2Fwww.folhadelondrina.com.br%2Fimg%2Finline%2F3240000%2FLula-embarca-para-mini-giro-pela-Africa0324656000202402131909.jpg%3Fxid%3D6042854&xid=6042854)
A expectativa do Itamaraty é que Lula se reúna com ambos durante os dias 17 e 18 de fevereiro.
PARCERIA COM ORIENTE MÉDIO
Em viagem ao Oriente Médio, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta terça-feira (13) que que está construindo uma parceria com o fundo árabe Mubadala Investment Company para que a estatal brasileira retome a operação da RLAM (Refinaria Landulpho Alves), de Mataripe, na Bahia.
A refinaria foi privatizada e vendida aos árabes na gestão de Jair Bolsonaro (PL), em novembro de 2021, dentro da política de desinvestimentos da Petrobras, iniciada no governo passado. Desde que chegou à presidência, porém, a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem tentado barrar essa iniciativa.
Em publicação na X (antigo Twitter), Prates disse que se reuniu, em Abu Dhabi, capital do Emirados Árabes Unidos, com o presidente do conselho do Mubadala Capital, Waleed Al Mokarrab Al Muhairi, cuja equipe gerencial e técnica tem trabalhando há meses para construir uma parceria que visa recuperar a operação da refinaria de Mataripe.
"Acertamos que nossas equipes intensificarão os trabalhos logo após a volta dos feriados de Carnaval com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024", disse Prates na publicação.
O presidente da Petrobras, porém, não deu mais detalhes sobre o negócio. "Demais detalhes e andamentos atuais serão mantidos sob confidencialidade até a finalização do processo", declarou.
No mês passado, a Petrobras abriu uma investigação administrativa para avaliar a venda da refinaria de Mataripe. A investigação foi uma reação à divulgação de um relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), segundo o qual a venda da refinaria foi feita em uma transação com baixo preço.
Segundo relatório da CGU, o momento da venda da refinaria ocorreu em um cenário de "tempestade perfeita", com pandemia de Covid-19, fraca previsão de crescimento econômico no Brasil e queda nos preços internacionais do petróleo impactando o preço do negócio.
Além de tratar da retomada da operação da refinaria pela Petrobras, Prates disse que também tratou com Waleed a ampliação e o aprimoramento do empreendimento de biocombustíveis do Mubadala no Brasil.
Como Waleed também é presidente do conselho da Waha Capital e membro do conselho do First Abu Dhabi Bank, ambos também falaram "dos cenários do setor de petróleo e gás, bem como os efeitos da transição energética, seu ritmo realista e seu impacto em empresas estatais tradicionalmente operadoras de hidrocarbonetos", afirmou Prates.
Procurada, a assessoria da Petrobras não se manifestou até a publicação desta reportagem.
Além de Abu Dhabi, Prates também passou desde a semana passada pela Índia, onde participou da India Energy Week, e pelo Kwait, onde se reuniu com o CEO da KUFPEC (Kuwait Foreign Petroleum Exploration Co.), que abrirá uma subsidiária no Brasil, numa parceria com a Petrobras. (Com Stéfanie Rigamonti/Folhapress)
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