Bruxelas - O número de mortes na Itália por causa do coronavírus teve alta recorde para um único dia em um país: foram 475 as pessoas que morreram entre terça e quarta-feira (18), elevando para 2.978 o total.

Os dados, divulgados pela Agência de Proteção Civil, mostram um aumento de 19% em um dia. O país têm enfrentado falta de estrutura para atender aos doentes graves, que precisam de aparelho de ventilação e são os mais propensos a morrer.

Em algumas cidades, os hospitais estão lotados, as unidades de terapia intensiva, sem vaga, e os cemitérios e crematórios têm filas de caixões.

Imagem ilustrativa da imagem Itália registra recorde de mortes em um único dia por causa do coronavírus

A Itália é o país mais afetado pela pandemia na Europa. Na Lombardia, uma das regiões mais ricas e a mais afetada pela pandemia, houve 319 mortes no último dia.

O país europeu é o segundo em número de casos no mundo, atrás apenas da China, onde surgiram os primeiros casos, no final de 2019.

O governo italiano colocou o país em quarentena na semana passada, mas isso ainda não conteve o crescimento acelerado tanto de casos quanto de mortes.

Já tiveram contaminação confirmada 33.713 italianos, dos quais 4.025 se recuperaram. Há 2.257 doentes em estado grave, 193 internações a mais em relação a terça.

No total, quase 9.000 pessoas já morreram por causa do coronavírus no mundo, e a Europa já registra maior número de mortes que a China.

Até a 0h desta quarta, antes, portanto, dos números que mostram recorde na Itália, a Europa tinha 3.445 mortes registradas (em 25 de 48 Estados), 218 a mais que as 3.237 reportadas na China.

O número total de casos chineses ainda era superior ao europeu (80.894 no país asiático e 80.529 na Europa), mas a maioria dos doentes na China já se recuperou, enquanto na Europa ocorre o inverso.

São 72.237 pessoas ainda doentes na Europa, das quais 3.569 em estado grave. Na China, os doentes são 8.043, 2.622 em estado crítico.

REINO UNIDO

O governo britânico anunciou a suspensão das aulas em todo o país a partir desta sexta (20), por tempo indeterminado. Os governos de Escócia e Gales já haviam tomado a decisão (no Reino Unido, a educação é de competência dos países que formam a nação).

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vinha adiando o fechamento das escolas, mas, em anúncio de novas medidas na terça, já havia dado a entender que esse seria um próximo passo para conter a epidemia.

As escolas receberão apenas filhos de trabalhadores em setores considerados essenciais, como saúde, segurança e transporte.