São Paulo - A brasileira ferida em um bombardeio no sul do Líbano no último sábado (1º), Fatima Boustani, já respira sem a ajuda de aparelhos e conversou com familiares, afirmou seu tio, Jihad Azzam, nesta segunda-feira (3).

"Fatima está respirando sem aparelhos hoje e está totalmente consciente. Ela conversou conosco, mas ainda está na UTI", disse Azzam à reportagem. Ainda de acordo com ele, os dois filhos da brasileira que também foram atingidos no ataque aéreo estão estáveis - Zahraa, 10, que passou por uma operação bem-sucedida na perna, saiu da UTI neste domingo (2) e ainda está hospitalizada e Ali, 9, que havia sofrido ferimentos leves, foi liberado nesta segunda. "Graças a Deus, os três estão saudáveis", afirmou Azzam.

Boustani passou por uma cirurgia no próprio sábado, quando teve um ferimento na cabeça após um bombardeio em Saddikine, cidade a cerca de 100 quilômetros de Beirute, onde fica a casa da família. A região está sob tensão desde o início da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, que respingou em outras partes do Oriente Médio.

Neste domingo, Azzam disse que o quadro de Boustani havia melhorado e era estável após ela perder sangue pela cabeça e pelos pulmões devido aos ferimentos. Mesmo assim, um médico da família recomendou a transferência da brasileira para outro hospital de maior infraestrutura, segundo ele.

"O médico não especificou um prazo para isso, mas a orientação foi de transferi-la quando o estado dela se estabilizasse, para que ela pudesse ser transportada de ambulância e receber o tratamento necessário", disse Azzam, na ocasião. "Estamos em contato com hospitais de nível superior em Beirute e aguardamos a sua admissão."

Também no domingo, o Itamaraty afirmou em uma nota que a Embaixada do Brasil em Beirute está em contato com familiares dos brasileiros e sua equipe médica. Próximos passos, porém, dependerão da evolução do quadro. O hospital que atende a família hoje está na cidade de Tiro.

O Itamaraty condenou o bombardeio. "O episódio ocorreu no contexto de ataques das Forças Armadas israelenses, no sul do Líbano, e do Hezbollah, no norte de Israel", afirmou a pasta no domingo.