São Paulo - O secretário de imprensa presidencial da Rússia, Dmitry Peskov, afirmou no domingo (13) à Tass (agência estatal russa) que a quarta rodada de negociações entre o seu país e a Ucrânia, em razão da guerra, ocorrerá nesta segunda (14) e será realizada no formato virtual. O conflito entre os dois países está no 18º dia.

Peskov se limitou a dizer que "sim" quando questionado se as negociações seriam realizadas de modo virtual e não deu mais detalhes sobre o novo encontro.

No sábado, Peskov declarou que a delegação da Rússia responsável pelas negociações virtuais com a Ucrânia será comandada pelo assessor presidencial Vladimir Medinsky - como o habitual.

Um porta-voz do governo ucraniano afirmou no domingo que há possibilidades de negociação entre a Rússia e a Ucrânia pelo fim da guerra. Mais tarde, um representante russo nas negociações apontou que existe a possibilidade de ambos os países avançarem em uma posição em comum.

Um representante russo nas negociações com a Ucrânia aponta que existe a possibilidade de ambos os países avançarem em uma posição em comum. Leonid Slutsky, chefe do comitê de assuntos internacionais de Duma, acrescenta que documentos podem ser assinados em breve, de acordo com a agência de notícias russa Tass.

ATAQUES DA RÚSSIA NO DOMINGO

Forças russas lançaram vários ataques aéreos contra um centro de treinamento militar nos arredores da cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, a menos de 25 quilômetros da fronteira com a Polônia, afirmaram autoridades locais neste domingo (13).

O governador regional Maksim Kozitskiy disse que 9 pessoas morreram e 57 ficaram feridas após aviões russos dispararem cerca de 30 foguetes contra o Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança de Iavoriv. Ele acrescentou que alguns desses foguetes foram interceptados antes de atingirem a base.

A instalação de 360 quilômetros quadrados é uma das maiores da Ucrânia e a maior da parte ocidental do país. Instrutores militares estrangeiros já trabalharam na base, disse o governo ucraniano. Não ficou claro se algum deles estava lá no momento.

Segundo o correspondente do jornal britânico The Guardian, socorristas que estão em Iavoriv disseram que o número de mortos é maior do que o anunciado.

Dezenove ambulâncias com sirenes ligadas foram vistas pela agência Reuters dirigindo-se às instalações após o ataque, e uma fumaça preta subiu da área.

Muitos ucranianos fugiram para Lviv desde que a invasão russa começou. A 40 km de distância da Polônia, a cidade é um centro de trânsito para quem sai da Ucrânia.

A Reuters questionou o Kremlin sobre o ataque tão próximo à fronteira com um país membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Mariupol, uma cidade portuária estratégica, está em uma situação "quase desesperadora", segundo os Médicos Sem Fronteiras (MSF), devido à falta de alimentos, água, gás, eletricidade e comunicações.

O governo russo reconheceu que "em algumas cidades" a situação "atingiu proporções catastróficas", segundo o general Mikhail Mizintsev, citado no sábado pelas agências de notícias russas. Há corpos jogados nas ruas de algumas cidades e os saldos são impossíveis de verificar. "Cerca de 1.300" militares ucranianos foram mortos desde 24 de fevereiro, disse o presidente Volodimir Zelensky no sábado, na primeira contagem oficial desde o início da invasão.

O ucraniano afirma que o Exército russo perdeu "cerca de 12 mil homens". A Rússia, por sua vez, anunciou em 2 de março seu único saldo até o momento, de 498 soldados mortos.

Quanto aos civis, 579 teriam sido mortos, segundo a ONU, que alerta, no entanto, que o número real é provavelmente muito maior.

PAPA FAZ APELO PARA O 'FIM DO MASSACRE '

Cidade do Vaticano - O papa Francisco lançou neste domingo (13) um apelo sincero pelo fim do "massacre" e do "ataque armado inaceitável" na Ucrânia, invadida pela Rússia desde 24 de fevereiro.

Após a oração do Angelus de domingo, o pontífice argentino condenou a "barbárie" de matar civis, incluindo crianças, e implorou: "Em nome de Deus, peço que pare com este massacre".

O papa disse que a cidade portuária de Mariupol, no sul do país, severamente atingida, "tornou-se uma cidade mártir na guerra comovente que está devastando a Ucrânia".

"Diante da barbárie do massacre de crianças, inocentes e civis indefesos, não há razões estratégicas, apenas o inaceitável ataque armado deve ser detido antes que reduza as cidades a cemitérios", afirmou.

O pontífice pediu negociações e corredores humanitários eficazes. (France Presse)

Soldados ucranianos combatem as forças russas: Onu calcula cerca de 579 civis ucranianos já morreram na guerra
Soldados ucranianos combatem as forças russas: Onu calcula cerca de 579 civis ucranianos já morreram na guerra | Foto: Aris Messinis/ AFP

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