UEM retoma calendário acadêmico com 60% das disciplinas
Resolução aprovada no fim de julho, prevê que no Ensino Remoto Emergencial os docentes terão autonomia sobre o conteúdo a ser aplicado este ano
PUBLICAÇÃO
domingo, 16 de agosto de 2020
Resolução aprovada no fim de julho, prevê que no Ensino Remoto Emergencial os docentes terão autonomia sobre o conteúdo a ser aplicado este ano
Vitor Struck - Grupo Folha
A UEM (Universidade Estadual de Maringá) retoma o calendário acadêmico a partir desta segunda-feira (17), mais de quatro meses depois da data prevista inicialmente e que foi suspensa por conta da pandemia do novo coronavírus. Enquanto Maringá somou 4.681 casos da doença, com 75 óbitos tendo como causa a Covid-19 até este domingo, a previsão é de que 14,2 mil alunos de graduação devam permanecer em suas residências estudando de forma remota ao longo deste ano letivo, marcado para ter fim no dia 19 de dezembro.
Aprovada no final de julho, a resolução que instituiu o Ensino Remoto Emergencial previu autonomia aos docentes sobre o conteúdo a ser aplicado neste ano. Desta forma, cerca de 60% das mais de sete mil disciplinas que compõem a grade dos cursos de graduação presenciais serão ofertadas de maneira remota, informou o diretor de Assuntos Acadêmicos, Carlos Humberto Martins. “A maior parte das disciplinas são teóricas, mas os alunos também terão aulas teórico/práticas”, explicou.
Mesmo com várias medidas tendo sido colocadas em prática nos últimos meses para facilitar a aprendizagem com o modelo de ensino à distância na universidade pública, a primeira semana será de adaptação. De acordo com a assessoria de comunicação da Universidade, treinamentos e tutoriais voltados aos docentes foram ofertados visando o melhor uso das plataformas digitais que acabaram se tornando conhecidas durante a pandemia, caso do Google Class Room e o Google Meet. Entretanto, a plataforma Moodle também foi disponibilizada pela instituição.
A FOLHA entrou em contato com a assessoria de comunicação da UEM ao longo da tarde deste domingo, porém não teve a solicitação de entrevista com a reitoria atendida até o fechamento desta edição.
Na programação online de retorno às aulas, uma aula com o ex-ministro da Educação e professor da USP (Universidade de São Paulo), Renato Janine Ribeiro sobre "O Papel da Universidade no Contexto da Pandemia" também foi anunciada.
Inclusão digital
Assim como a UEL (Universidade Estadual de Londrina), a Universidade Estadual de Maringá também pôde contar com uma parceria com a Receita Federal para tentar garantir o atendimento aos alunos que não possuem acesso à internet ou equipamentos. Um levantamento feito pela universidade apontou que ao menos 200 alunos dentre os 7,5 mil que participaram não possuíam estas condições.
A instituição recebeu 850 smartphones e 28 notebooks apreendidos em operações de combate ao contrabando e à sonegação fiscal. Além disso, com a verba liberada pelo Governo do Paraná através da Seti (Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), foram adquiridos mil chips de telefonia móvel com pacotes de internet de banda larga mensais de 10 GB, informou a reitoria.
De acordo com o assessor técnico da Pró-Reitoria de Ensino, o professor Elyson Andrew Pozo Liberati, 99 solicitações de equipamentos foram feitas quando da abertura do edital. Destas, 85 foram homologadas. “Dos 85, 11 irão para o Campus Regional de Umuarama, quatro para o de Ivaiporã, um para o de Cianorte e um para o de Goioerê”, explicou o professor.
Contemplada com parte de uma verba de R$ 1,5 milhão da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), a UEM também deve utilizar estes recursos na compra de 200 tablets e avalia a possibilidade de adquirir, também, 40 notebooks.
Entretanto, o Liberati afirmou que outro edital vai ser lançado para contemplar alunos de graduação e pós-graduação com renda familiar superior a 1,5 salário mínimo. A expectativa é de que este edital seja lançado na próxima semana, estimou.
Docentes
Segundo o pró-reitor de Recursos Humanos, Luis Otávio Goulart, 93 professores temporários foram contratados de acordo com a necessidade de cada departamento e levando em consideração o limite de 18 mil horas semanais estipulado no decreto do Governo do Paraná sobre a contratação de pessoal em regime especial. Ainda de acordo com ele, outros 59 temporários devem ser contratados via PSS (Processo Seletivo Simplificado) para iniciarem as atividades em outubro.