Estudantes e docentes de cursos técnicos da região de Londrina estão preocupados com a possibilidade de a Seed (Secretaria do Estado da Educação) suspender a abertura de novas turmas para o segundo semestre de 2024. Alunos procuraram a reportagem e informaram que a decisão pode afetar ao menos 18 cursos de 11 instituições de ensino das cidades de Londrina, Ibiporã, Rolândia e Porecatu.

Em nota, a pasta se limitou a dizer que as “alterações nas diretrizes curriculares e eventuais ajustes na manutenção de alguns cursos encontram-se em fase de análise”. Essa não é a primeira vez em que a Seed cogita suspender a abertura de novas turmas. Em outubro do ano passado, o assunto já foi colocado em pauta. Na época, a pasta afirmou que a discussão levava em conta o número mínimo de alunos por curso. Dessa vez, a Seed não apresentou justificativas.

Em Londrina, as suspensões deverão afetar as seguintes instituições e cursos técnicos: Colégio Estadual Vicente Rijo (Técnico em Administração e em Recursos Humanos); Colégio de Aplicação Professor José Aloísio Aragão (Enfermagem do Trabalho); Instituto de Educação Estadual de Londrina (Técnico em Serviços Jurídicos e Técnico em Transações Imobiliárias); Centro Estadual de Educação Profissional Professora Maria do Rosário Castaldi (Técnico em Eletrônica, Técnico em Mecânica, Técnico em Manutenção e Suporte de Informática e Técnico em Análises Clínicas); Colégio Estadual Polivalente (Técnico em Segurança do Trabalho e Técnico em Edificações); e Colégio Estadual Professora Maria José Balzanelo Aguilera (Técnico em Recursos Humanos).

Dentre os municípios da área de abrangência do NRE (Núcleo Regional de Educação) de Londrina, estão na lista os cursos de Técnico em Administração, Técnico em Recursos Humanos e Técnico em Farmácia no Colégio Estadual Olavo Bilac, em Ibiporã; Técnico em Recursos Humanos e Técnico em Enfermagem do Trabalho no Colégio Estadual Ricardo Lunardelli, em Porecatu; e, Técnico em Administração, no Colégio Estadual Souza Naves, em Rolândia.

CARTA ABERTA

Em um documento assinado por docentes e alunos do curso de Técnico em Análises Clínicas, do Castaldi, o grupo destaca que o curso é o único da modalidade ofertado de forma gratuita em toda a região. Aponta ainda que houve procura recorde pelo curso neste ano e que é crescente a demanda pela contratação de profissões da área de análises clínicas. Argumenta ainda que o curso é a porta de entrada para que jovens e adultos possam retomar os estudos, já que as aulas são no período noturno.

PORTAS ABERTAS

No terceiro semestre do curso técnico de análises clínicas no Castaldi, Ana Paula Barbosa, 41, lamenta a possibilidade de que o curso seja suspenso no segundo semestre. Para ela, que já é formada pela instituição como técnica em química, o curso abre portas para uma graduação, principalmente nas áreas da biomedicina, biologia ou farmácia. “Sem uma qualificação a gente não consegue um bom emprego”, aponta, reforçando que atua como estagiária em uma empresa de produtos na área da saúde.