Presente na 75ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Curitiba, a UEL (Universidade Estadual de Londrina) está apresentando projetos de diversas áreas de conhecimento no evento. As sete iniciativas foram desenvolvidas nas salas de aula e laboratórios da instituição.

Além da UEL, ao menos outras 12 universidade estaduais e federais participam do evento
Além da UEL, ao menos outras 12 universidade estaduais e federais participam do evento | Foto: O Perobal/UEL/AEN

O encontro foi aberto no domingo (23) e a programação vai até o próximo sábado (29), no Centro Politécnico da UFPR (Universidade Federal do Paraná), na capital. A comitiva da UEL é formada por 60 integrantes, entre professores, estudantes e servidores.

De acordo com Paulo Antonio Liboni, diretor de Programas, Projetos e Iniciação Extensionista da Proex (Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Sociedade), o evento é a oportunidade para o primeiro contato de crianças com a ciência.

“Quando a gente está acessando a internet, fazendo um exame, tomando um medicamento ou efetuando uma compra on-line, todas essas transformações ocorreram por conta do processo de fazer ciência”, destaca.

Segundo ele, a interação com os alunos demonstra que fazer ciência não é “algo chato”. “Fazer ciência não é fácil, os recursos são poucos, tanto financeiros quanto humanos, e ainda existe a ideia de que fazer ciência é chato, de que não é para mim, não é para você e não é para o Brasil. Então quando a gente vem aqui, anima os outros e se anima no processo. É transformar e se transformar”, define.

Entre os projetos apresentados pela UEL, estão máscaras respiratórias feitas em uma impressora 3D e um jogo de tabuleiro para falar sobre política.

Uma das idealizadoras do projeto das máscaras, Renata Ribeiro, professora do curso de Enfermagem, conta que desde que era estudante de graduação o cheiro da fumaça do bisturi elétrico, utilizado em procedimentos cirúrgicos, a incomodava. Quando se tornou pesquisadora, decidiu buscar uma solução, junto com seus alunos de mestrado e doutorado.

O estudo identificou que a máscara N95 é eficaz contra riscos biológicos, como a Covid-19, mas não tem resultados satisfatórios contra riscos químicos, como o caso da fumaça do bisturi. Um modelo foi desenvolvido e feito de resina na impressora 3 D.

“Ela é mais sustentável que a N95 porque dura mais, o que diminui a quantidade de resíduos descartados. Os estudos da durabilidade ainda estão em andamento, mas a gente já sabe que o trabalhador vai poder usar muito mais que a N95”, detalhou. A pesquisadora acrescenta que estão sendo feitos estudos para que as pessoas possam fazer a troca entre os filtros químicos e biológicos.

O objetivo é disponibilizar a máscara para a venda, seja por meio de uma indústria ou por uma startup da própria universidade. “A universidade é um tripé, que engloba a pesquisa, o ensino e a extensão, e eu me sinto cumprindo o meu dever e responsabilidade como educadora.”

RPG

O projeto Ensipol (Ensine Política) tem o intuito de aproximar os jovens do conteúdo científico da política por meio de um jogo de tabuleiro. “A escolha pelo RPG foi porque ele promove a participação, a interação entre os jogadores, já que precisam dialogar, o que é muito importante para a política. Além disso, eles podem criar discursos e falas sobre os temas, criar cenários políticos e usar a imaginação”, explicou a professora Renata Schevisbiski.

O jogo conta com um glossário para que o aluno conheça os conceitos políticos. No estande, as partidas duram cinco minutos, mas em sala de aula a ideia é abrir um leque de opções para trabalhar os conteúdos de forma mais aprofundada.

“O nosso objetivo é contribuir para o pensamento crítico e político de todos e todas. O nosso papel é de divulgar esse conhecimento científico porque em um momento de crise, a solução não é a destruição da democracia, mas o aperfeiçoamento de seus instrumentos democráticos”, destacou.

Além da UEL, ao menos outras 12 universidade estaduais e federais estão participando do evento, dentre elas, a UFPR, anfitriã da reunião, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) e UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Também estão presentes órgãos públicos, institutos, museus e agências de pesquisa, como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Agência Espacial Brasileira.

PARANÁ FAZ CIÊNCIA

Durante cerimônia na segunda-feira (24), foi anunciado pela Seti (Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) que a UEL vai sediar a 20ª Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, entre 7 e 10 de novembro.

O “Paraná Faz Ciência” vai reunir pesquisadores, estudantes e toda a comunidade para discutir sobre ciência e promover atividades artísticas e culturais. “É um evento muito importante para a divulgação científica e para o diálogo com a educação básica e com os colégios, ainda mais com a UEL sendo a anfitriã”, apontou Liboni.