Polícia Civil abriu investigação sobre queda de avião da Voepass
Agentes usaram antidrone para preservar o local do acidente. Prefeitura de Cascavel prepara centro de convenções para velório coletivo
PUBLICAÇÃO
domingo, 11 de agosto de 2024
Agentes usaram antidrone para preservar o local do acidente. Prefeitura de Cascavel prepara centro de convenções para velório coletivo
Clayton Castelani e Mariana Zylberkan/Folhapress
CASCAVEL E SÃO PAULO - A Delegacia de Vinhedo (SP) instaurou inquérito policial para investigar a queda do avião da Voepass que matou 62 pessoas na cidade do interior paulista, informou na tarde deste domingo (11) a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Diligências que estão em andamento buscam respostas para o acidente.
Prestam apoio na preservação do local da tragédia agentes penitenciários da região de Campinas (SP) que operam equipamentos antidrone. Segundo boletim do governo estadual, o auxílio foi necessário para impedir que drones não autorizados sobrevoem a área.
Ainda no fim da noite de sábado (10), o Corpo de Bombeiros concluiu o resgate dos corpos em Vinhedo. Os destroços permanecem no local sob responsabilidade do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Os dois gravadores de voo, chamados de caixa-preta, foram levados para Brasília (DF). Todos os dados já foram extraídos e o relatório preliminar da apuração deverá ser concluído em 30 dias.
A aeronave caiu na tarde de sexta-feira (9) no gramado de uma casa dentro de um condomínio residencial com 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo. Não houve sobreviventes. Inicialmente, a companhia aérea havia contado 61 vítimas, mas corrigiu o número neste sábado.
LIBERAÇÃO DOS CORPOS
Até as 17h de domingo, ao menos 12 corpos tinham sido identificados e um deles liberado para os familiares. Outros sete devem ter o processo finalizado ainda no domingo. As famílias são as primeiras a serem comunicadas sobre o avanço dos trabalhos de reconhecimento.
LEIA MAIS:
Professores e médicas da Unioeste estão entre as vítimas do acidente aéreo
A identificação das vítimas ocorre na unidade central do IML (Instituto Médico Legal), na região central da capital paulista.
Segundo o governo, cerca de 40 famílias de vítimas já prestaram informações para subsidiar o trabalho do IML. Parentes diretos forneceram também material biológico e deixaram contatos para posterior comunicação da identificação.
Outros 17 familiares foram atendidos em Cascavel (PR) e a documentação deles foi enviada para o IML Central de São Paulo, que foi direcionado para o atendimento exclusivo ao caso. A unidade recebeu todos os 62 corpos das vítimas do acidente aéreo. A unidade conta com cerca de 40 profissionais entre médicos, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia auxiliando nos trabalhos.
O estado de São Paulo decretou na sexta-feira luto oficial de três dias em homenagem às 62 vítimas que estavam em um voo de Cascavel (PR) com destino ao aeroporto de Guarulhos, sendo 34 homens e 28 mulheres.
A queda do avião em Vinhedo está entre os dez desastres aéreos mais mortais a ocorrer em território nacional. O mais letal aconteceu em 17 de julho de 2007, nos arredores do aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital, e causou 199 mortes. O voo 3054 da TAM tinha partido de Porto Alegre com 187 pessoas a bordo.
CASCAVEL
A Prefeitura de Cascavel disponibilizou o centro de convenções e eventos da cidade para o velório coletivo de parte das vítimas do acidente com aeronave da empresa Voepass. A definição, porém, ainda depende do reconhecimento dos corpos e da decisão das famílias.
Parte das 62 vítimas morava na cidade e em municípios próximos, como Marechal Cândido Rondon e Santa Tereza do Oeste. Em São Paulo, o prefeito disse que 24 mortos eram da região.
Ocupado até o fim da tarde deste domingo (11) pela festa do morango, o centro de eventos será preparado para a cerimônia a partir desta segunda-feira (12). "Vou deixar tudo preparado para fazer o velório coletivo, mas começamos agora o contato com as famílias para saber se elas querem ou não", disse o prefeito de Cascavel, Leonardo Paranhos (Podemos), em entrevista no domingo.
O transporte dos corpos será feito pela Voepass, após acordo firmado entre as Defensorias Públicas e os Ministérios Públicos de São Paulo e do Paraná no sábado (10). A empresa será responsável por entrar em contato com os familiares para obter as informações de liberação e entrega dos corpos. Não haverá necessidade da presença de um parente em São Paulo para fazer os trâmites, conforme padrão de atendimento do IML.