Uma influenciadora digital de Siqueira Campos morreu vítima de dengue na última sexta-feira (26) em um hospital de Jacarezinho, onde estava internada desde o dia anterior. Aline Barone Barbosa tinha 37 anos e frequentemente compartilhava momentos de suas viagens para os Estados Unidos e Europa em suas redes sociais. Na cidade, são registradas pelo menos seis notificações da doença por dia.

Valeriane Guidio Ferreira, secretária de Saúde de Siqueira Campos, explica que a certidão de óbito de Barbosa já consta como morte em decorrência da dengue, mas ela pontua que um outro exame foi colhido pelo Lacen (Laboratório Central do Estado do Paraná) para confirmar o caso. O laudo deve ser divulgado no início da semana que vem.

“A orientação da Regional [de Saúde] é que a gente aguarde esse resultado do exame, que foi para o Lacen, para a gente poder realmente confirmar e computar esse óbito no nosso boletim”, explica. Em todo o Paraná, já foram confirmados quatro óbitos e outros 14 estão em análise.

A secretária detalha que familiares da influenciadora disseram que ela esteve em Curitiba antes de os sintomas começarem. A respeito dos sintomas, Ferreira ressalta que a influenciadora relatou, ao dar entrada no pronto-socorro na quinta-feira (25), que os sintomas haviam começado três dias antes.

Durante a noite da quinta, ela precisou ser transferida para um hospital de Jacarezinho, mas morreu no dia seguinte. “Foi uma fatalidade. É difícil para a gente, foi uma perda muito grande. Ela era uma pessoa de coração imenso, sempre tentando ajudar as pessoas. É muito triste para todos nós ter um óbito de uma doença que é evitável”, destaca, ressaltando que pessoas de qualquer idade estão sujeitas a casos graves da doença.

Aline Barone Barroso tinha mais de 10 mil seguidores nas redes sociais, onde compartilhava momentos da vida e de viagens ao exterior.

Ferreira ressalta que já foram confirmados oito casos da doença em Siqueira Campos, sendo que outros 100 são suspeitos e aguardam os resultados de exames. Em relação aos óbitos, apenas o da influenciadora foi registrado na cidade. No ano passado, a cidade confirmou um óbito.

“A gente já considera elevado [o número de casos de dengue] por ser uma doença que não é nova, mas não é ainda um sinal de alarme para a gente dizer que é uma epidemia”, explica. Por dia, a pasta recebe entre seis e sete notificações de possíveis casos da doença. “A gente poderia considerar um sinal de alarme vermelho acima de 15 ou 20 notificações diárias, que aí seria uma coisa muito descontrolada”, pontua.

Em Siqueira Campos, o trabalho de prevenção envolve a visita dos agentes de endemias nas casas, que foi intensificado em dezembro, quando o número de notificações começou a subir. Foi organizado um cronograma de um “arrastão da dengue”, em que o foco foi o trabalho em casas que ficam fechadas durante o dia pelo fato de os moradores estarem trabalhando.

“A gente está, a partir das 16h e até às 19h30, fazendo a visita em todos esses domicílios”, explica. Assim como na maioria das cidades, grande parte dos focos está dentro das casas. “Ainda é a consciência de cada um de saber que [o mosquito] está dentro da nossa casa, basta a gente ter aquela atitude [de cuidar do quintal]”, reforça. Segundo a secretária, muitas pessoas ainda são receosas em permitir a entrada dos agentes e acabam, até mesmo, sendo rudes com os servidores.

Ela reforça que o principal desafio é conscientizar a população, já que cada um precisa fazer a sua parte para controlar a proliferação do mosquito da dengue.