Imagem ilustrativa da imagem Eclipse solar e grande conjunção de Júpiter e Saturno marcam fim de 2020

O fim do ano nos reservou dois grandes eventos celestes, a começar por segunda-feira (14), dia de eclipse solar visível do Brasil, e culminando no dia 21, com um encontro raro entre Júpiter e Saturno que fará com que pareçam ser praticamente um só astro - algo que não se vê no céu há uns 800 anos.

Começando pelo eclipse solar, que acontece quando a Lua desfila à frente do Sol, do ponto de vista aqui da Terra. O satélite natural encobre o disco solar totalmente apenas numa faixa estreita que cruzará Chile e Argentina. Mas, no Brasil, foi possível ver a Lua dar uma "dentada" no Sol. O tamanho da "mordida" dependeu da região em que você estava. Quanto mais para baixo no mapa, melhor.

LONDRINA

O tempo fechado que predominou durante a manhã desta segunda-feira em Londrina deu trégua no início da tarde e, por meio das nuvens, foi possível observar o eclipse solar. De acordo com o coordenador do Gedal (Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina), Miguel Moreno, a observação gerou grande expectativa. Na cidade, o fenômeno começou às 12h32 e atingiu seu ápice às 13h51. “O tempo estava nublado, mas felizmente tivemos essas pequenas brechas no tempo e conseguimos observar”, afirmou.

Segundo Moreno, o sol ficou aproximadamente 30% coberto na observação em Londrina. “A faixa de totalidade do eclipse foi numa região do Chile e da Argentina, mas lá a observação foi prejudicada, pois o tempo estava extremamente chuvoso. Quanto mais ao sul, maior foi a parcela do Sol coberta pela Lua”, contou Moreno.

O professor Newton Florencio, que também participa do Gedal, lembrou que para observar um eclipse, é necessário ter cuidados. “Usamos filtro de soldador número 14, e também uma caixa com um furinho para fazer projeção do sol”, explicou.

A analista jurídica Ingrid Mayumi Yoshi disse que foi a primeira vez que ela observou um eclipse. “Eu estava em uma praça e deixei que as pessoas que estavam curiosas pudessem ver também do que se tratava”, relatou. Ela definiu a experiência de ver o eclipse pessoalmente como única. “Consegui registrar uma imagem pelo celular, mas não se compara a olho nu, pois ao vivo é simplesmente fantástico, não tem como descrever em palavras.”

Passado o eclipse, nosso olhar se volta para o céu noturno, conforme Júpiter e Saturno vão se aproximando, dia após dia, até parecerem ser praticamente um só, separados por apenas um décimo de grau, na noite do dia 21.

Conforme Terra, Júpiter e Saturno giram no carrossel do Sol, vez por outra ocorre um alinhamento que coloca os dois planetas aparentemente próximos em nosso céu. Isso acontece como reloginho a cada 19,6 anos. Mas nem todas as conjunções são tão espetaculares.

A última que teve tamanha aproximação foi em 1623, mas na ocasião o evento acabou alinhado com a própria posição do sol, impedindo sua observação. Um encontro dessa magnitude, visível no céu noturno, ocorreu pela última vez em 1226. A próxima do mesmo naipe não vai demorar tanto assim, mas não prenda a respiração: 2080. (Colaborou Débora Mantovani - Estagiária)