Marcus Nunes Filho, 39, é um londrinense que viveu no Brasil até 2006. Naquele ano, ele e a família decidiram se mudar para a Inglaterra e tentar uma vida melhor. Porém, em 2019, a mãe dele, Irani Pinto, 60, sofreu um grave problema de saúde. Teve as duas pernas amputadas após desenvolver trombose aguda abaixo dos joelhos. Para poder ajudá-la, em 2022, Marcus decidiu correr a Maratona de New Forest, no sul da Inglaterra, e criar o projeto “The Iron Legs Fundraiser”. O projeto foi um sucesso e ele conseguiu arrecadar 30 mil euros para a cirurgia de Irani. Agora, o londrinense pretende repetir a iniciativa, em Londres, para ajudar projetos sociais que atendem pessoas carentes em Londrina.

O motorista de empilhadeira conta que a trombose da mãe era do tipo tumoral. A doença ocorre quando um tumor se estende para um vaso sanguíneo, limitando e, possivelmente, interrompendo o fluxo sanguíneo. A cirurgia era a única solução para sanar infecção grave após a dupla amputação, acabar com a dor nas terminações nervosas e dar acesso para a colocação de próteses nas pernas. "Me sinto muito grato e surpreso por ter chegado tão longe e ter conseguido salvar a vida da minha mãe", conta, orgulhoso.

Imagem ilustrativa da imagem Após salvar vida da mãe, londrinense quer correr para ajudar entidades
| Foto: Divulgação / Instagram

Além de salvar a vida da mãe, o projeto de corrida também salvou a vida dele próprio. "Estava passando por um momento muito difícil, inclusive cheguei a tentar suicídio. Mas, decidi parar de me sentir deprimido para investir neste projeto", lembra. O projeto foi um sucesso. Na época, a ação teve a participação de vários famosos, como o jogador Emerson Royal, do Tottenham Hotspurs, que doou uma camisa assinada por ele para a arrecadação de fundos.

Agora, Nunes Filho, que mora em Bournemouth, cidade de 187 mil habitantes no sudoeste da Inglaterra, quer voltar a correr para cumprir um desafio pessoal - já que na outra vez não chegou a completar o trajeto de 42 km após uma insolação - e por outro motivo mais nobre: ajudar instituições de Londrina. “Tenho um primo que é pastor de uma igreja em Londrina e já faz ações de caridade. Minha intenção é começar a participar com eles e ampliar para outras entidades”, conta o maratonista.

No momento, ele está sendo cuidado por médicos particulares e tem à espera uma grande quantidade de patrocinadores para ele correr novamente. “Pretendo correr a maratona de Londres daqui a um ano ou um ano e meio, mas nesse intervalo vou começar com a arrecadação de fundos para dar início ao projeto” planeja.

* Maria Tereza Nascimento é estagiária sob supervisão