Seja um jantar, uma joia ou um ramalhete de flores, cada um tem seu jeito de declarar o amor pelo parceiro ou parceira neste Dia dos Namorados. Comemorado nesta quarta-feira (12), a data é uma das apostas do comércio em Londrina para se recuperar das baixas vendas no Dia das Mães. A queda de 6,5% em relação ao ano passado pegou todo mundo de surpresa, já que a data é uma das mais importantes para o comércio de rua.

De acordo com uma sondagem feita pela Fecomércio-PR (Federação do Comércio do Estado do Paraná) e pelo Sebrae-PR (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), 47,1% dos paranaenses vão presentear alguém especial no Dia dos Namorados, porcentagem semelhante ao do ano passado mas muito abaixo de 2022, por exemplo, quando 64,6% tinha a intenção de dar aquele mimo em uma data tão especial como essa.

Gerente de uma loja de cosméticos e acessórios no Calçadão de Londrina, Flávia Lima Cordeiro, 49, garante que a expectativa é de vender bastante neste sábado (8) e nos dias 10 e 11 para compensar o movimento fraco visto no Dia das Mães, que apresentou uma queda de 90% em relação ao ano anterior. Segundo ela, a loja está com alguns produtos diferentes, que são uma aposta para atrair os clientes. Neste ano, os perfumes e os cosméticos ficaram em primeiro lugar, com 37,9%, nas intenções de compra. Mesmo com o cenário favorável, Cordeiro afirma que a realidade é outra. “A gente está precisando vender porque se não os comerciantes não sobrevivem”, admite.

“Mão de vaca”

Para 2024, o valor médio do presente ficou na casa dos R$ 157, 2,7% abaixo do ano anterior. Gerente de uma loja de roupas no centro de Londrina, Márcia Vaz, 50, afirma que o movimento está fraco e brinca que as pessoas estão “mãos de vaca” na hora de presentear o parceiro ou parceira. Segundo ela, a maioria dos clientes busca um presente de, no máximo, R$ 50. “Um presente de R$ 100 para eles já é caro”, lamenta.

Com vendas "péssimas", segundo ela, durante o mês de maio, o Dia dos Namorados é a chance de tentar minimizar as perdas. “A gente espera recuperar um pouco agora. Vamos ver como vai ser na semana que vem”, prepara-se.

Para um mecânico de Londrina, que preferiu não se identificar, estar junto na data é muito mais importante do que dar um presente caro. Ele estava em busca de alguns acessórios para a esposa, com quem está junto há sete anos, e admite que a lembrancinha é uma forma da data não passar em branco. “As coisas não estão muito fáceis, então a gente faz o que pode. Eu acho que o que vale é ficarmos juntos e felizes”, opina.

Decoração chamativa

Tradição para muitos comerciantes, a decoração temática de Dia dos Namorados, com muitos corações na cor vermelha e vitrines repletas de opções de presente, está cada vez menos presente nas fachadas das lojas. No Calçadão, umas das poucas lojas que trouxe uma decoração temática garante que falta mais a participação de lojistas e do poder público. Auxiliar de vendas, Elaine Ping, 25, afirma que a única época do ano em que a cidade fica enfeitada é no Natal, mas que a ação deveria ser repetida mais vezes durante o ano. Para ela, essa é uma forma de atrair mais pessoas para o centro, o que ajuda a movimentar as vendas e a economia.

Imagem ilustrativa da imagem Após Dia das Mães fraco, comerciantes apostam nos namorados
| Foto: Jessica Sabbadini - Especial para a FOLHA

A loja conta com diversas opções de presentes para os parceiros, tanto homens quanto mulheres, como flores, quadros e canecas, assim como diversas opções de decoração para que as pessoas façam uma jantar romântico, como velas, balões e taças. Os produtos decorativos estão saindo bastante, segundo ela, mas os presentes variam de acordo com o gosto e o bolso de cada pessoa.

Ping garante que a loja também sentiu os resultados abaixo do esperado para o Dia das Mães e que eles querem vender o que era esperado para a data agora no Dia dos Namorados. “A gente espera que todos consigam passar uma data bem aconchegante e confortável um com o outro para criar uma lembrança boa”, deseja.