Brasília - A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta terça (23) o registro definitivo da vacina contra Covid fabricada pela americana Pfizer e pela alemã BioNTech. Esse é o primeiro registro de uma vacina contra Covid aprovado pela agência. Até então, o órgão havia dado aval ao uso emergencial de duas vacinas (Coronavac, do Butantan e da Sinovac, e Covishield, da Universidade de Oxford e da AstraZeneca), em um modelo considerado mais restrito.

Imagem ilustrativa da imagem Anvisa aprova registro da vacina da Pfizer contra Covid
| Foto: Luis Lima Jr /Fotoarena/Folhapress

"Informo com grande satisfação que, após um período de análise de 17 dias, a Gerência Geral de Medicamentos, da Segunda Diretoria, concedeu o primeiro registro de vacina contra a Covid 19, para uso amplo, nas Américas", disse o diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres. Segundo a Anvisa, o registro indica que o imunizante "teve sua segurança, qualidade e eficácia, aferidas e atestadas" pela equipe técnica. "Esperamos que outras vacinas estejam em breve sendo avaliadas e aprovadas", completou Barra Torres.

A vacina da Pfizer contra a Covid-19 foi a primeira a ser aprovada e aplicada no mundo, no Reino Unido, em dezembro de 2020. Os EUA também iniciaram sua vacinação com o imunizante da Pfizer, no mesmo mês. Com a aprovação, a vacina da Pfizer já pode, em tese, ser aplicada no país. Mas, apesar de manter negociações com a empresa desde o primeiro semestre do último ano, o governo federal ainda não fechou acordo para compra de doses.

No ano passado, o Ministério da Saúde chegou a anunciar um memorando de intenções para compra de 70 milhões de doses da Pfizer. Hoje, o montante negociado já chega a 100 milhões de doses. A pasta, no entanto, tem feito críticas às condições impostas pela empresa ao contrato. Em janeiro, o Ministério da Saúde e o Planalto divulgaram uma nota em que reconheciam ter recusado ofertas iniciais da Pfizer.

A justificativa alegada pelo governo à época gerou reação de especialistas e parlamentares. No documento, o ministério dizia que a proposta causaria "frustração aos brasileiros" devido à baixa quantidade inicial de doses a serem ofertadas em um primeiro momento, prevista em 2 milhões. O total, porém, era semelhante ao obtido pela pasta naquela mesma semana em volume de doses importadas da Fiocruz.

Recentemente, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou a dizer que, embora as negociações não tenham sido encerradas, as cláusulas previstas em contrato são "impraticáveis" e "leoninas". O laboratório americano exige, por exemplo, imunidade em relação a potenciais efeitos adversos da vacina e só aceita ser processado em tribunal nos Estados Unidos.