Na reta final das eleições municipais, candidatos a prefeito e a vereador aproveitaram o último fim de semana antes do pleito para intensificar o corpo a corpo com o eleitorado e tentar angariar mais votos. No calçadão da avenida Paraná, em Londrina, tradicional ponto de encontro de políticos, o clima era morno. Entre os postulantes à cadeira no Executivo, apenas um candidato circulava pelo local. Entre os candidatos ao Legislativo, a disputa pela atenção do eleitorado era maior, mas restrita apenas a um quarteirão.

“A gente tem uma expectativa boa. É uma eleição de dois turnos, ninguém vai ganhar no primeiro turno. O que as pesquisas têm mostrado não é o que a gente tem observado na rua. As pesquisas parece que têm complicado a vida da gente, mas não vamos desanimar. Falta uma semana, é uma semana importante. Ainda tem um número significativo de pessoas que não decidiu o voto”, disse um dos candidatos a prefeito que passou boa parte da manhã conversando com a população que passava pelo calçadão.

Para quem concorre a uma cadeira no Legislativo, a disputa pela atenção dos eleitores é acirrada
Para quem concorre a uma cadeira no Legislativo, a disputa pela atenção dos eleitores é acirrada | Foto: Simoni Saris

Para quem concorre a uma cadeira no Legislativo, a disputa pela atenção dos eleitores é acirrada. Entre nomes mais ou menos populares, uma reclamação comum era em relação à falta de repasses do partido para fazer uma campanha mais ostensiva. Com verba de considerada por eles irrisória, muitos se queixavam da dificuldade de estar mais próximo dos eleitores. Um dos candidatos, com forte atuação em trabalhos sociais, lamentou não ter condições financeiras de se deslocar até os distritos rurais. “Não consegui ir aos distritos por falta de tempo e de condições financeiras, mas as redes sociais nos ajudam muito”, comentou o candidato.

Outra candidata, que tenta a reeleição para a Câmara Municipal, aproveita os últimos dias antes das eleições para visitar locais onde ainda não esteve e revisitar outros pelos quais já passou. “Aonde eu andei, outros também já andaram, então é necessário fidelizar esses votos. Nesse momento, é decisivo o contato pessoal, o olho no olho, conversar sobre os compromissos assumidos por Londrina e estabelecer laços com as comunidades”, afirmou ela.

Na avaliação de alguns eleitores, no entanto, os apertos de mão e a distribuição de santinhos nessa reta final têm pouco valor. “A essa altura, o povo já tem o candidato decidido. Não vira mais, não. Quem tem de votar já está com o candidato escolhido e a gente já sabe quem vai para o segundo turno aqui em Londrina. Para vereador também já está escolhido. Eu analisei aquele que pensa na população e no desenvolvimento do município”, disse o vendedor Valdenir Silva de Souza.

“Isso aqui no calçadão não dá voto, não. Onde dá voto é nos bairros. Aqui, esses candidatos não arrumam voto nenhum. Mas tem candidato que nem em bairro foi. Nos mais distantes, não chegaram”, analisou o aposentado Roque Prado, que aproveitou para avaliar o clima da disputa eleitoral. “A eleição está muito fria, ninguém liga mais. O povo está tão desacreditado que não liga mais para as eleições. As pessoas só vão votar porque é obrigado. O povo está cansado.”