Produtores paranaenses ganharam um serviço até então inédito nas propriedades rurais: assistência técnica e gerencial gratuita ministrada in loco por técnicos do Sistema Faep/Senar-PR.

O projeto-piloto tem como foco principal melhorar a produtividade e a renda dos agricultores, por meio de ações aliadas ao desenvolvimento sustentável.

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Vanessa Reinhart, técnica do Sistema Faep/Senar-PR, relembra que o projeto-piloto da ATeG (Assistência Técnica e Gerencial) teve início em maio de 2023 na cadeia da olericultura, com o intuito de atender a demanda de um projeto específico conduzido pela prefeitura de Curitiba, o Pró-Metrópole. “Nesse projeto estão sendo atendidas quatro turmas, com foco nas culturas da mandioca de mesa e do morangueiro”, detalha.

Nesta primeira etapa, os técnicos atendem 105 produtores e suas famílias, distribuídos essencialmente nos municípios de Rio Branco do Sul, Cerro Azul, São José dos Pinhais e Mandirituba.

A produtora de morangos Rosana Gabardo Pallú   recebe orientação técnica do Senar há um ano
A produtora de morangos Rosana Gabardo Pallú recebe orientação técnica do Senar há um ano | Foto: Sistema Faep/Senar-PR

A assistência utiliza uma metodologia fundamentada em ações de diagnóstico, planejamento, adequação tecnológica, formação profissional do produtor e análise de resultados, de forma a possibilitar a disseminação de tecnologias associadas à consultoria gerencial.

IMPACTOS

Produtora de morangos em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, Rosana Aparecida Gabardo Pallú já celebra os resultados nos seus canteiros após receber há mais de um ano a assistência técnica sistematizada pelo Senar.

“Consegui reduzir o uso de agrotóxicos por meio da aplicação de defensores biológicos, do uso de iscas e de uma nutrição adequada. Essas boas práticas reduziram o meu custo de produção”, pontua.

Segundo a agricultora, o maior impacto foi em relação à gestão da propriedade, visto que a assistência vem auxiliando no levantamento de dados de produção, custos e receitas. “Através desses dados, sabemos o quanto estamos produzindo, o que nos possibilita planejar nossos próximos passos”, acrescenta.

Diante dos bons resultados, Pallú já está se preparando para ampliar o mix em sua propriedade – neste ano a produtora pretende iniciar o cultivo de amora e mirtilo, com o objetivo de formar um mix de frutas vermelhas. “Minha propriedade se destaca como um modelo na produção de morangos devido à aplicação das técnicas do Senar”, conclui.

O programa tem duração de 24 meses, com visitas mensais com duração de quatro horas pelos técnicos de campo.

As turmas-piloto na Região Metropolitana de Curitiba seguem até maio de 2025, quando completam os dois anos do programa.

Senar abre inscrições para novos técnicos em agosto

Antes mesmo de o projeto-piloto do Sistema Faep/Senar ser encerrado, o programa de assistência técnica e gerencial gratuito já será ampliado no Estado do Paraná.

“Em agosto, o Sistema Faep/Senar-PR vai abrir edital de credenciamento/contratação para novos técnicos de campo, que vão atender dez turmas-piloto que irão iniciar em 2025, atendendo novas cadeias produtivas e novos municípios. Após validação de processos, haverá uma nova expansão para o segundo semestre de 2025”, anuncia a técnica Vanessa Reinhart. A validação dos municípios ocorrerá em agosto.

As contratações de novos técnicos, por sua vez, serão feitas por meio de edital público de credenciamento, que será publicado em agosto no site do Sistema Faep/Senar-PR.

O produtor é escolhido com base em alguns requisitos: não receber assistência técnica regular; estar disposto a implantar as técnicas de gestão da propriedade previstos no programa ATeG (como anotações de despesas e receitas e anotações dos manejos realizados) e estar concentrado em uma região definida.

Outros requisitos são a idade mínima (18 anos). Além disso, a atividade a ser trabalhada não pode ser de subsistência, nem em propriedades muito grandes em que o produtor tem condição econômica acima da média da região.

“O produtor rural e os integrantes da família devem participar de capacitação obrigatória em curso de FPR (Formação Profissional Rural) que deve ser realizado em até seis meses após o início do programa, alinhado com os interesses e necessidades de capacitação complementar identificados pelo técnico em campo”, conclui Reinhart.