Nesta época do ano, centenas de alunos se juntam em Londrina com um objetivo em comum: estudar música com mestres reconhecidos.

Caetano de Oliveira, 14, é de Brasília, mas passa todas as férias em Londrina, na casa da avó, e já havia visto os shows do FIML em anos anteriores. Desta vez, participa como aluno na Oficina de Choro com o pandeiro. O estudante, que também estuda piano e flauta doce, sempre gostou do gênero e hoje participa, todos os sábados, das rodas do Clube do Choro de Brasília.

Segundo o jovem, é muito divertido fazer parte do Festival de Música. Diz que aprende e ensina com outras pessoas e que, com certeza, voltaria para o FIML onde desta vez veio para fazer a Oficina de Choro. Caetano, assim como toda a turma, realiza uma apresentação de conclusão de curso neste sábado (20).

Caetano de Oliveira (primeiro à esquerda), 14 anos, é aluno da Oficina de Choro: encontro de  gerações
Caetano de Oliveira (primeiro à esquerda), 14 anos, é aluno da Oficina de Choro: encontro de gerações | Foto: Natália Perezin/ Divulgação

Jayme Vignoli e Josimar Carneiro (RJ) e Andre Vercelino, de Londrina, são os professores que comandam as oficinas de choro e samba do Festival Internacional de Música de Londrina deste ano. Cada um deles traz nas bagagens ricas experiências no cenário musical.

Jayme e Josimar têm uma longa trajetória de colaboração e amizade, que começou 40 anos atrás, em um festival. Em 1987, fundaram a Orquestra de Cordas Brasileiras e, em 1989, o grupo de choro Água de Moringa, que até hoje está em atuação. Em 1998, a dupla participou pela primeira vez do FIML, e conheceram Andre que, na época, foi aluno deles. Já em 2004, Andre participava do festival como professor.

Jayme, que desenvolveu seu interesse pelo Choro aos 13 anos ao assistir a um programa de televisão, comenta que, apesar de o gênero não ser tão presente na mídia televisiva atualmente, a internet tem facilitado o acesso para os novos entusiastas. "Eu acredito na força da própria música", diz, refletindo sobre os novos músicos. Ele também destaca que não é raro encontrar rodas de Choro em diversas cidades do Brasil.

Josimar acredita que os festivais são cruciais pela multidisciplinaridade que oferecem – permitindo que os alunos participem de mais de uma oficina, ampliem seus interesses e conheçam pessoas de diferentes universos musicais. Andre concorda e ressalta a magia do Festival de Londrina e a hospitalidade da cidade.

João Gabriel da Silva, londrinense, tem uma de suas composições na apostila da Oficina: "Tango Violento"
João Gabriel da Silva, londrinense, tem uma de suas composições na apostila da Oficina: "Tango Violento" | Foto: Natália Perezin/ Divulgação

Outro aluno da oficina, João Gabriel da Silva, músico e compositor, tem uma de suas composições na apostila da oficina - o choro "Tango Violento." Londrinense, seu primeiro instrumento foi o violão tradicional e sempre teve grande interesse na música brasileira, portanto, para ele, o caminho para o choro foi natural. Sua primeira composição foi feita em 2017, e segue aprimorando até hoje.

Essa não é sua primeira participação no Festival. Segundo o músico, o FIML é um ambiente para se respirar música 24 horas por dia, com professores que, normalmente, não seriam acessíveis em Londrina. Apesar dos conhecimentos técnicos adquiridos durante a semana, para ele, o que sobressai são as relações afetivas. "A arte, a música... antes de tudo é afetiva, humana, antes de qualquer técnica ou teoria."

Os três professores destacam a importância dessa integração também para os próprios educadores que se beneficiam dessa troca. Josimar também fala sobre a importância de ter uma apresentação final para os iniciantes - essa experiência de subir ao palco é importante para eles. "O Festival é a democracia da música", diz.

SERVIÇO

44º Festival Internacional de Música de Londrina

Apresentação dos Alunos da “Oficina de Choro”

Data: Sábado (20), às 11h

Lugar: AML (R. Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130)

Entrada gratuita