O jovem que se apaixona pela filha do inimigo. A mocinha que se apaixona pelo padre. A fofoqueira que fala mal de todo mundo. O delegado corrupto. O agricultor de café. O trabalhador honesto. O golpista de terras. O pescador do Tibagi. O artista de circo. O dono da venda. O coronel violento. A dona de pensão. Todos esses personagens, e muitos outros, povoam o novo romance do escritor Moacyr Eurípedes Medri, “Filippo – O Importante é Não se Dar Por Vencido”, publicado pela editora Appris.

Ambientado na região do Norte do Paraná das décadas de 1930 e 1940, narra a saga Filippo, um garoto órfão que foge da Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Sozinho, viaja como clandestino em um navio com destino ao Brasil. Seu objetivo é encontrar os tios que emigraram anos antes. Perambulando por estações ferroviárias, Filippo chega ao Norte do Paraná onde é adotado por um casal de pioneiros. Na Vila do Rio, cidade recém fundada às margens do rio Tibagi, se apaixona pela jovem Maria Clara e vive uma história digna de Romeu e Julieta no sertão do Tibagi. Mas com final feliz.

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O lançamento de “Filippo – O Importante é Não se Dar Por Vencido” acontece neste sábado (15), a partir das 18h30 no Museu Histórico de Londrina. Um lançamento que promete ser diferenciado. O autor solicita que o público compareça usando roupas da década de 1940 para recriar a atmosfera do romance na plataforma da antiga estação ferroviária: “Minha ‘Maria Fumaça’ partirá da plataforma do Museu Histórico de Londrina no dia 15 de junho e espero que todos embarquem nesse trem literário”.

Professor aposentado de biologia da Universidade Estadual de Londrina, Moacyr Eurípedes Medri é autor de dois volumes de contos, “Da Cor da Terra” e “Cheiro de Chuva”, e dos romances “Travessia: A Felicidade Não Mora ao Lado, “Pedras, Paus e Pétalas” e “Vitória”. A seguir o escritor fala sobre sua nova obra.

“Filippo” é um romance baseado em fatos reais como a colonização do Norte do Paraná, a Segunda Guerra Mundial e a política brasileira das décadas de 1930 e 1940. Que história você desejava contar?

Em que pese muitas publicações já terem discorrido sobre a colonização do Norte do Paraná, raríssimas trataram, com profundidade, dos aspectos subjetivos de sua gente, como suas esperanças, suas lutas cotidianas, suas conquistas, seus dissabores, seus amores e suas dores. Na verdade, as obras oficialmente publicadas, trazem como marca, o quantitativo prevalecendo sobre o subjetivo. Desejo que o livro possa abrir outras janelas, mostrar novos horizontes e possibilidades, inspirar outras publicações literárias em que os sentimentos das pessoas prevaleçam. Há em “Filippo” boa história e bela trama, com sonhos, segredos, surpresas, revelações inimagináveis. Nele há situações imponderáveis, algumas misteriosas. Espero que “Filippo” possa cumprir, entre tantas funções, também e principalmente, a de instrumento do conhecimento humano.

E onde termina a realidade e começa a ficção em “Filippo”?

Nenhuma ficção, em mim, vem descolada completamente de um fato verdadeiro. Ainda que eu afirme que ‘isso’ ou ‘aquilo’ é uma ficção, muito frequentemente a ficção vem contaminada de realidade. Sinto-me, em algumas situações, como estivesse caminhando sobre o fio de uma navalha. Em “Filippo”, o arcabouço é realidade, já a trama é um misto de fatos reais e ficção.

O romance traz duas histórias de amores impossíveis que, apesar de todas as dificuldades, conseguem se realizar. A paixão move montanhas?

Se os personagens, como o menino Filippo e frei Giuseppe, seu fiel escudeiro, incluindo as apaixonadíssimas Maria Clara e Maria Eugênia, estivessem por aqui, de pronto responderiam que sim, ou seja, que a paixão move montanhas. Filippo beirou abismos para ter Maria Clara e o frei travou, quase que solitariamente, imensas batalhas entre promessas e desejos, fez duras imersões, moveu céus e montanhas até encontrar Maria Eugênia. Mas por outro lado, se a pergunta fosse dirigida aos personagens Theodoro, um coronel proprietário de tudo, e sua concubina e fofoqueira Candinha, os dois responderiam que não.

O lançamento de “Filippo”, que acontece sábado no Museu Histórico de Londrina, promete ser diferenciado. Como será?

Para dar corpo à alma desse período e obra, sugerimos que os convidados venham ao lançamento vestidos a caráter com roupas das décadas de 1930 e 1940. O traje fará as pessoas entrarem no clima da história e trama do livro. Também é uma forma diferente para celebrarmos um tempo, uma época com outros costumes e emoções. Teremos profissionais fotografando. Mas caso os convidados não possam, não tem problema. Venham com a roupa que puderem. Teremos um coquetel, também voz e violão com canções da época.

SERVIÇO

“Filippo – O Importante é Não se Dar Por Vencido”

Autor – Moacyr Eurípedes Medri

Editora – Appris

Prefácio – Edson Holtz

Páginas – 334

Quanto – R$ 70

Lançamento: Quando – Sábado (15), às 18h30

Onde – Museu Histórico de Londrina (Rua Benjamin Constant, 900)