SÃO PAULO, SP - A Festa Literária Internacional de Paraty divulgou na manhã desta segunda-feira (9) toda a programação principal de sua próxima edição, que acontece de 9 a 13 de outubro com curadoria da livreira e editora Ana Lima Cecilio.

Entre os nomes mais chamativos que a Flip ainda não havia anunciado, está o do influenciador Felipe Neto, que acaba de reunir uma multidão na Bienal do Livro de São Paulo com o novo livro de memórias "Como Enfrentar o Ódio", da Companhia das Letras.

Outro destaque é o senegalês Mohamed Mbougar Sarr, vencedor do Goncourt com o elogiado "A Mais Recôndita Memória dos Homens", que a Fósforo publicou no ano passado. Ele ainda é editado pela Malê, com "Homens de Verdade" e "Terra Silenciada", e divide uma mesa em horário nobre do sábado com Jeferson Tenório, de "O Avesso da Pele".

A programação deste dia, tradicionalmente o mais lotado da Flip, termina com uma mesa solo de Édouard Louis, sensação da autoficção francesa que lança "Monique se Liberta", sobre sua mãe, pela Todavia.

A abertura do evento, na quarta, homenageia o cronista João do Rio com um dos maiores conhecedores das vielas cariocas pelas quais ele flanou - o historiador Luiz Antonio Simas, autor de "O Corpo Encantado das Ruas".

Outras presenças que ainda não haviam sido divulgadas incluem a jornalista Patrícia Campos Mello, repórter da Folha e autora de "A Máquina do Ódio"; a argentina Gabriela Cabezón Cámara, de "As Aventuras da China Iron" e "Nossa Senhora do Barraco", da editora Moinhos; a italiana Lisa Ginzburg, que circulou bem com seu "Cara Paz", da Nós; e a chilena Arelis Uribe, de "As Vira-Latas", lançamento da Bazar do Tempo.

EDITORAS INDEPENDENTES

Seguindo um padrão dos últimos anos, os convites internacionais ficaram centrados em editoras independentes. O único autor estrangeiro da Companhia das Letras será o americano Robert Jones Jr., especialista em James Baldwin e autor de "Os Profetas".

A aguerrida Elefante comparecerá com três convidados: o palestino Atef Abu Saif, a espanhola Brigitte Vasallo e o americano Danny Caine, conhecido por sua oposição à Amazon. A mexicana Jazmina Barrera também vem pela Moinhos, o colombiano Juan Cárdenas está na DBA e o belga Mark Coeckelbergh é do catálogo da Ubu.

Entre os destaques brasileiros, estão a mineira Carla Madeira, a carioca Bruna Mitrano, o gaúcho José Falero, a paulista Mariana Salomão Carrara, o mato-grossense Joca Reiners Terron e o cacique Raoni —que dividirá uma mesa com a jovem liderança indígena Txai Suruí, colunista da Folha.

É uma programação mais enxuta que a do último ano, com um total de 35 autores, 15 deles estrangeiros, sem contar uma mesa apresentada pela empresa de podcasts Rádio Novelo inspirada em João do Rio.

Em paralelo, a Flip está envolta em polêmica com as casas parceiras do evento, que foram inicialmente proibidas de vender livros. A organização do festival voltou atrás há pouco tempo, permitindo o comércio desde que as casas pagassem uma taxa de ao menos R$ 1.000. Ainda não se sabe como isso afetará a programação paralela do evento, que tem chance de minguar.

Veja a seguir a lista completa do programa principal.

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